A entrega de mísseis Tomahawk à Ucrânia deverá ser um dos temas centrais da reunião, que acontece esta sexta-feira à tarde na Casa Branca entre o presidente dos EUA, Donald Trump, e o homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky. Fabricados na década de 70, já foram utilizados em guerras como as do Iraque, Síria, Líbia ou Afeganistão e Kiev espera agora usá-los para atingir bases militares russas como forma de pressionar Moscovo a colocar um fim à guerra.
Míssil TomahawkKallysta Castillo/U.S. Navy via AP, File
1O que são os mísseis Tomahawk?
O fabrico dos mísseis de cruzeiro Tomahawk começou na década de 1970 mas a sua estreia só aconteceu em 1991, quando os militares americanos recorreram a eles pela primeira vez durante a Guerra do Golfo Pérsico. Desde então que têm sido utilizados em diversos conflitos, nomeadamente nas guerras do Iraque, Síria, Líbia ou Afeganistão.
Descritos por Donald Trump como "ofensivos" e "incrivelmente destrutivos", estes mísseis de longo alcance têm a capacidade de atingir alvos entre 1.600 a 2.500 quilómetros de distância e podem voar a altitudes baixas - o que significa que se tornam difíceis de serem detetados por radar. Além disso, são capazes de atingir uma velocidade de 885 quilómetros por hora - o que significa que se fossem lançados a partir de Kiev demorariam cerca de uma hora a atingir Moscovo, uma vez que ambas as cidades se encontram a cerca de 800 quilómetros de distância.
Comparando com o atual arsenal da Ucrânia, pode-se dizer que têm um alcance bastante superior aos Storm Shadow (que atingem os 250 quilómetros) e os ATACMS (300 quilómetros). Com 6,1 metros de comprimento e 2,5 metros de largura, os Tomahawk pesam cerca de 1,510 quilos e podem transportar diferentes tipos de ogivas, nomeadamente ogivas nucleares. Cada um pode custar aproximadamente 1,3 milhões dólares (€1,1 milhões).
A entrega de mísseis Tomahawk à Ucrânia poderia ajudar o país a realizar ataques contra território russo, nomeadamente contra bases militares, centros logísticos, aeródromos e centros de comando. O Instituto de Estudos de Guerra estima, aliás, que hajam centenas de alvos militares russos dentro do alcance que os mísseis Tomahawks poderiam atingir.
No entanto, para a Kiev a aquisição deste tipo de armamento teria como principal objetivo obrigar o presidente russo, Vladimir Putin, a entrar diretamente nas negociações com Kiev para colocar um fim à guerra.
3Como os mísseis seriam lançados?
Como qualquer míssil de cruzeiro, os Tomahawk precisam de uma base para serem lançados. Por norma, estes são lançados a partir de navios ou submarinos, que a Ucrânia não os tem. Neste caso, Kiev teria de os lançar por terra, através dos chamados Typhon, escreve o jornal The Guardian.
O problema é que estes lançadores são escassos. Os Estados Unidos têm apenas dois destes lançadores e um deles é o X-Mav, considerado mais portátil e cuja apresentação foi feita apenas esta semana.
Estes lançadores terrestres, feitos propositadamente para Tomahawks ou outros mísseis navais, são uma inovação bastante recente. A primeira vez que foram testados pelo exército americano foi em 2023 e só no ano passado é que foram implementados pela primeira vez nos EUA.
4O que já disse Trump sobre o envio de Tomahawk para a Ucrânia?
O presidente dos EUA já havia ameaçado por diversas vezes enviar mísseis Tomahawk para a Ucrânia caso a Rússia não acabe com a guerra que dura já há três anos. Na segunda-feira disse até mesmo: "Eles querem ter Tomahawks a ir naquela direção? Não me parece. Acho que tenho de falar com a Rússia sobre isso." E reforçou: "Poderemos não fazê-lo, mas poderemos fazê-lo. (...) Queremos ver esta guerra terminada."
No entanto, o republicano parece ter mudando de tom após o seu telefonema com Vladimir Putin que aconteceu na quinta-feira. Segundo Trump, a Rússia não gostou da possibilidade dos EUA enviarem estes mísseis para a Kiev.
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