Casos afetam sobretudo "uma população que trabalhou sempre, que não confinou muito, e que trabalhou durante o confinamento, como durante os desconfinamentos", afirmou o Presidente.
O Presidente da República afirmou que os especialistas defenderam hoje "medidas concretas e específicas" para conter os surtos decovid-19na região de Lisboa e Vale do Tejo, que afetam sobretudo "população que trabalhou sempre e não confinou muito".
No final da reunião com especialistas para avaliar a situação epidemiológica da covid-19 em Portugal, no Infarmed (Lisboa), Marcelo Rebelo de Sousa revelou que o índice de transmissão da doença (o R) está em 1.08 em Portugal e em Lisboa e Vale do Tejo (LVT) - que tem concentrado a maioria dos novos casos nas últimas semanas - até ligeiramente abaixo do verificado em outras regiões.
O chefe de Estado referiu que "aparentemente" os casos na região de LVT afetam sobretudo "uma população que trabalhou sempre, que não confinou muito, e que trabalhou durante o confinamento, como durante os desconfinamentos".
"A dúvida que permanece é: já antes de ser testada essa população, havia a realidade da contaminação ou ela é posterior ao período de desconfinamento?", disse, dizendo que serão feitos ainda mais inquéritos no terreno para procurar resposta a questão.
Ainda assim, o Presidente da República revelou que vários especialistas hoje na reunião disseram que era preciso "haver medidas concretas e especificas para áreas geográficas também especificas a haver medidas genéricas", que afetariam muito mais pessoas.
"Como sabem, boa parte das medidas mais significativas que o Governo formalizou ou vai formalizar têm a ver com esta ideia: são medidas concretas, para áreas geográficas precisas", salientou.
Na segunda-feira, o primeiro-ministro, António Costa, reuniu-se com os presidentes dos municípios de Lisboa, Sintra, Amadora, Loures e Odivelas e anunciou medidas específicas para esta área metropolitana, entre as quais a reposição da proibição de ajuntamentos de mais de dez pessoas, encerramento do comércio às 20:00 e limites à venda bebidas alcoólicas e proibição do seu consumo em espaço público.
O Presidente da República considerou que este tipo de medidas "focadas" implica "trabalho no terreno, mais inquéritos sanitários, conhecimento da realidade e atuação rápida", e considerou que o grau de detalhe a que se chegou - de saber quais as freguesias mais afetadas nos concelhos mais atingidos - só foi possível depois de conhecidos os resultados de inquéritos no térreo.
Marcelo Rebelo de Sousa referiu que parte da reunião foi dedicada hoje à "procura de causas" para o aumento de casos na região de LVT, que "depois de ter tido, como todas, uma subida inicial, não teve a descida acentuada do Norte e do Centro".
"Porquê a subida? É porque há dados novos ou conhecimento novo de dados antigos? Essa é uma questão importante, porque, como sabem, há uma área geográfica sobre a qual vão incidir as medidas anunciadas pelo Governo e que cobre apenas uma pequena parte parte da região de LVT".
O Presidente da República, primeiro-ministro e líderes partidários reuniram-se hoje com especialistas para avaliar a situação epidemiológica da covid-19 em Portugal, com foco na Área Metropolitana de Lisboa, onde tem surgido a maioria dos novos casos.
Esta foi a nona reunião técnica realizada no Infarmed - Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, em Lisboa, por iniciativa do primeiro-ministro, para partilha de informação, tendo ficado já agendado novo encontro para daqui a 15 dias.
Portugal regista hoje mais três mortos relacionados com a covid-19 do que na terça-feira e mais 367 infetados, 82% dos quais na maioria na Região de Lisboa e Vale do Tejo, segundo o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS).
Os dados da DGS indicam 1.543 mortes relacionadas com a covid-19 e 40.104 casos confirmados desde o início da pandemia.
Marcelo: especialistas defendem "medidas concretas e específicas" para região de Lisboa
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O centrismo tem sido proclamado por diversas personalidades que não têm a mais pálida ideia do que fazer ao país. É uma espécie de prêt-à-porter para gente sem cultura política e, pior que isso, sem convicções ou rumo definido.
Legitimada a sua culpa, estará Sócrates tranquilo para, se for preciso, fugir do país e instalar-se num Emirado (onde poderá ser vizinho de Isabel dos Santos, outra injustiçada foragida) ou no Brasil, onde o amigo Lula é sensível a teses de cabalas judiciais.