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Jovens já usaram quase 500 milhões da garantia pública a comprar casas

Ajuda estatal aos mais novos está a ser bem recebida, com mais de 40% do valor atribuído da garantia a ser utilizado nos primeiros nove meses desde o lançamento.

Os jovens estão a puxar pelo crédito à habitação. Suportados na garantia pública, têm vindo a contratar cada vez mais financiamentos para a compra de habitação própria permanente, utilizando mais de 40% do saldo disponível neste instrumento público nos primeiros nove meses deste ano. São quase 500 milhões de euros.

casas habitação rendas imi lisboa
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“No final de setembro, estavam utilizados 40,3% do montante total atribuído pelo Estado para garantia no âmbito deste regime”, refere o Banco de Portugal. Esta percentagem calculada a partir do valor atribuído da garantia pública, equivale a 478 milhões de euros.

O Governo disponibilizou 1.000 milhões de euros para ajudar os jovens até aos 35 anos a comprarem casa, valor a que juntou 200 milhões adicionais. Entretanto, reforçou o montante com 350 milhões de euros, sendo que 100 milhões foram logo requisitados pelo BPI.

Esta garantia permite cobrir até 15% do valor do imóvel, ou seja, evita que os jovens tenham de suportar a chamada “entrada”, facilitando assim a compra. À boleia da garantia, a banca concedeu até agora um “montante total de 3,5 mil milhões de euros”, diz o Banco de Portugal.

“Considerando o total do crédito concedido até setembro pelo sistema financeiro para aquisição de habitação própria e permanente, os contratos com garantia pública representaram 22,2% do número de contratos e 25,3% do montante total de crédito concedido”, diz o supervisor. Ou seja, um em cada quatro créditos tem garantia.

“Nos primeiros nove meses de 2025, foram celebrados 17,8 mil contratos de crédito à habitação própria e permanente ao abrigo do regime de garantia do Estado”, diz o supervisor da banca. Só “em setembro foram celebrados 2,4 mil contratos”, num total de 497 milhões de euros.

Segundo o relatório mensal do Banco de Portugal “estes contratos representaram 40,5% do número de contratos e 42,8% do total do montante contratado, no mesmo período, por jovens até aos 35 anos”.

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