O chefe de Estado falava na Sala de Jantar do Palácio de Belém, numa cerimónia sobre os seus dois anos de mandato, a propósito das previsões macroeconómicas que, no seu entender, devem ser "muito conservadoras", apesar de haver "projectos de investimento que, se se vierem a concretizar, se podem projectar já este ano ou no ano que vem".
Neste contexto, afirmou: "E não falo em grandes, grandes decisões que, mais dia, menos dia virão aí, importantes, em termos portuários ou em termos de infraestruturas. Não falo nisso".
"Mas, se se olhar apenas a projectos de investimento que estão pendentes, de que o Governo tem falado, aliás, se olharmos à evolução do turismo - mesmo nestes meses que são, teoricamente, sempre mais fracos --, se olharmos para a evolução das exportações, nós podemos dizer que a perspectiva que existe, os números que existem são conservadores e podem ser ultrapassados", prosseguiu.
Marcelo Rebelo de Sousa insistiu, no entanto, que "é bom manter essa quota-parte de realismo" nas previsões macroeconómicas.
"Porque, de repente, há uma decisão proteccionista a nível mundial, há uma retaliação europeia, há uma guerra comercial, nós somos envolvidos nesse processo, inevitavelmente, e depois não sabemos exactamente quais são as consequências. Portanto, há um contexto externo que se tem de tomar em linha de conta e que leva, realmente, a essa moderação", argumentou.
O Presidente da República disse que, ao fim de dois anos em funções, continua a ser um "optimista realista", que gosta de "baixar as expectativas", e congratulou-se por outros seguirem o seu exemplo: "Vejo com alegria que já contaminei alguns optimistas que eu achava um bocadinho menos realistas. Também preferem agora previsões muito conservadoras, e isso é bom".