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Anónimo07.11.2017
Familiares das vítimas do homicida de Aguiar da Beira começaram a ser ouvidos. Mãe de Liliane Pinto assegura que o seu coração percebeu logo o que tinha acontecido.
O Tribunal da Guarda reservou a sessão desta terça-feira do julgamento de Pedro Dias para ouvir os familiares das vítimas do suspeito de ter cometido três homicídios em Aguiar da Beira, em Outubro de 2016 - a segunda de 24 sessões que vão ter medidas adicionais de segurança.
Ouvida na presença do arguido - ao contrário do que aconteceu com o GNR António Ferreira-, a mãe de Liliane Pinto recordou tudo o que se passou na fatídica manhã de 11 de Outubro e nos seis meses seguintes. A jovem terá sido baleada juntamente com o marido, Luís, - que teve morte imediata - quando se deslocava para uma consulta de fertilidade em Coimbra. Quando foram atacados, Pedro Dias já teria disparado sobre os GNR Carlos Caetano e António Ferreira: o primeiro teve morte imediata e o segundo sobreviveu, apesar de ter levado um tiro na cabeça.
"O meu coração percebeu logo!, disse Maria de Fátima Lino perante o tribunal, revelando que estava muito preocupada pois há várias horas que não conseguia contactar a filha e o genro. "Como não atendia comecei a entrar em pânico", explicou, citada pelo Correio da Manhã, contando ainda que o casal levava entre 300 a 500 euros consigo porque ia comprar material para uma casa em construção.
Maria de Fátima só no dia seguinte conseguiu ver a filha, na altura internada no Hospital de Viseu. "Estive sempre ao lado dela. Penso que a minha filha ouvia tudo. Eu e o pai passámos cinco meses ao lado dela. Sofreu muito e eu não podia salvá-la", disse, contando que chegou a deixar de comprar medicamentos para si própria para ter dinheiro para a gasolina e não faltar a nenhuma visita. "Éramos uma família feliz. Agora, não somos", desabafou.
Quando acabou o testemunho, Maria de Fátima olhou directamente para Pedro Dias. E, segundo o Correio da Manhã, a mãe de Liliane conseguiu arrancar a primeira reacção de todo o julgamento ao arguido, que corou intensamente.
Em declarações aos jornalistas antes da sessão, o advogado João Paulo Morais, representante das famílias de Liliane e Luís, garantiu que os seus clientes esperam "uma pena exemplar. "Foi uma execução sumária. A única justiça possível é a pena máxima de 25 anos", reforçou.
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