O economista afirma que esta é até a "vontade do primeiro-ministro" e assegura que é errado pensar-se que os milhões que vão chegar da Europa são a salvação do país.
Portugal precisa de uma maioria estável para avançar com reformas que permitam tirar o país da atual crise, defende o economista António Bagão Félix.
O país "precisa de uma maioria estável no Parlamento. Que saiba, com coragem, realizar reformas, ou começar a iniciar reformas fundamentais sobretudo na administração do Estado e no contexto em que o Estado se interliga e comunica com a sociedade, com as empresas e com as famílias", sublinha.
O economista acredita que o Governo "não chegará até ao fim. Até por vontade do primeiro-ministro" e assegura que é errado pensar-se que os muitos milhões que estão prestes a chegar da Europa são, por si só, a salvação do país.
Bagão Félix lembra mesmo que "a abundância de dinheiro nunca fez bem. Seja a uma família, uma empresa, um governo ou um Estado. Porque quando o dinheiro é abundante e fácil a tendência é para que haja menos exigência".
O antigo governante, que entre outros cargos já foi ministro das Finanças no Governo liderado por Pedro Santana Lopes, diz esperar que a proposta de Orçamento do Estado para 2021 seja aprovada, apesar de essa proposta, pelo que é conhecido, "não entusiasmar", mas, ainda assim, afirma que a atual situação política "não se pode prolongar muito mais" porque a considera "uma fantasia".
O país atravessa "uma situação grave, uma crise imprevisível, errática e condicionadora de decisões futuras", lembra o economista, e como tal, pergunta se é possível aguentar quatro anos com um governo minoritário.
"É um risco elevadíssimo", responde, adiantando que devido a esse risco, depois do Orçamento para 2021 aprovado, e depois da provável reeleição do atual Presidente da República, é necessário que "se discuta isto claramente sem sofismas, sem panaceias, sem escapatória, dizendo que é difícil continuar nesta situação".
Apesar das várias condicionantes com que o país se depara, Bagão Félix acredita que a atual crise também apresenta oportunidades e que uma boa utilização dos fundos europeus poderia permitir "começar a gizar algumas reformas de fundo que são cada vez mais necessárias".
Mas aí, o economista diz que este é um objetivo que "um governo minoritário dificilmente pode alcançar", especialmente porque o Governo está a "gerir apenas o dia seguinte".
A título de exemplo, Bagão Félix lembra que quando o primeiro-ministro se apresentou na Assembleia da República para discutir o Estado da Nação, depois de Bruxelas ter dado o 'sim' ao Plano de Recuperação e Resiliência, António Costa convidou "para casamento os partidos à esquerda do Partido Socialista. Negando qualquer relacionamento, designadamente, com o Partido Social Democrata (PSD)".
Ou seja, sublinha Bagão Félix, quando "é preciso fazer reformas", o primeiro-ministro pede em "casamento ou em união de facto os partidos que são contra aspetos fundamentais da União Europeia e que são contra ou desconfiam da iniciativa privada".
Uma situação que Bagão Félix considera "um pouco estranha".
Bagão Félix acredita que o Governo "não chegará até ao fim"
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