Sábado – Pense por si

Eduardo Dâmaso
Eduardo Dâmaso
21 de junho de 2017 às 10:44

Para que não tenham morrido em vão!

Para que todas estas vítimas não tenham morrido em vão, não esqueçam que há mesmo responsabilidades a apurar e causas a determinar. Por que raio, afinal, foram parar 47 pessoas a uma estrada transformada em ratoeira?

Os nomes e os números da tragédia são muitos. Não apenas da tragédia de Pedrógão Grande. Antes dela, temos Armamar, Águeda, Monchique, Loulé, Tavira, as 21 mortes do Verão de 2003, os nove mortos de 2013 e a catástrofe da Madeira do ano passado. Os números são significativos: para um País com as dimensões de Portugal estamos no pelotão da frente em ocorrências e área ardida em termos europeus. Num único ano, em 2003, arderam 425.726 hectares. Seja qual for o prisma de análise dos incêndios em Portugal nunca saímos bem. Nunca saímos bem enquanto povo, é certo, porque alguns dos que entre nós são proprietários de terrenos não primam por um zeloso cumprimento da limpeza das matas. Ou porque negligenciamos o risco com queimadas, foguetório ou cigarros atirados pela janela do carro. Mas quem não sai realmente bem é o poder político.

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