Sábado – Pense por si

Bruno Faria Lopes
Bruno Faria Lopes Jornalista
16 de dezembro de 2025 às 23:00

Quando Ventura corre atrás dos sindicatos

A mudança do Chega sobre a reforma laboral, a reboque do impacto da greve, ilustra como a direita radical compete com as esquerdas pelo vasto eleitorado iliberal na economia.

Os partidos da direita radical, como o Chega, são iliberais na economia, encaixando a desconfiança do mercado e a defesa do Estado Social em dois pilares: o nativismo (a proteção laboral e estatal é para “os nossos” e “a família”) e a demagogia (o iliberalismo convive com a retórica por menos impostos). Depois de ter começado com um programa muito liberal, o Chega inverteu-o e aproximou-se da receita da sua família política europeia. A defesa de aumentos irrealistas para os pensionistas e a forma como Ventura debate com candidatos da IL – “vocês querem é poder despedir toda a gente à vontade” – são alguns sinais dessa linha. A reforma laboral é o mais recente. 

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Dez observações sobre a greve geral

Fazer uma greve geral tem no sector privado uma grande dificuldade, o medo. Medo de passar a ser olhado como “comunista”, o medo de retaliações, o medo de perder o emprego à primeira oportunidade. Quem disser que este não é o factor principal contra o alargamento da greve ao sector privado, não conhece o sector privado.

Adeus, América

Há alturas na vida de uma pessoa em que não vale a pena esperar mais por algo que se desejou muito, mas nunca veio. Na vida dos povos é um pouco assim também. Chegou o momento de nós, europeus, percebermos que é preciso dizer "adeus" à América. A esta América de Trump, claro. Sim, continua a haver uma América boa, cosmopolita, que gosta da democracia liberal, que compreende a vantagem da ligação à UE. Sucede que não sabemos se essa América certa (e, essa sim, grande e forte) vai voltar. Esperem o pior. Porque é provável que o pior esteja a chegar.