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Trump foi informado há meses que estava nos "ficheiros Epstein"

Não se sabe o que os ficheiros dizem sobre Trump, mas a procuradora-geral Pam Bondi informou o presidente que o seu nome aparecia nos ficheiros.

Donald Trump, o presidente norte-americano, foi informado por Pam Bondi, a procuradora-geral escolhida por si, de que o seu nome era várias vezes mencionado nos ficheiros do caso Epstein. A notícia foi avançada esta quarta-feira pelo The Wall Street.

De acordo com o jornal norte-americano, foi ainda durante a primavera que Trump foi informado que o seu nome surgia várias vezes na investigação ao caso de tráfico sexual ligado ao amigo de Trump, Jeffrey Epstein. As autoridades do Departamento de Justiça (DOJ) terão ainda informado Trump de que não planeavam divulgar mais detalhes sobre o caso, depois de confirmarem, no início de julho, que não havia provas da existência de uma "lista de clientes" chantageados pelo magnata, além de confirmarem que a morte do pedófilo numa prisão federal em 2019 resultou de suicídio.

A divulgação pública destas conclusões pelo Departamento Federal de Investigação (FBI) e o DOJ levou a uma crise inesperada entre os membros do movimento MAGA ("Make America Great Again", "Tornar a América Grande de Novo") de Trump.

Os apoiantes do Presidente manifestaram insatisfação com o Governo republicano, que tinha prometido durante a campanha eleitoral divulgar a lista de clientes, uma alegada agenda dos cúmplices de Epstein, que inclui celebridades e políticos influentes e tem sido o foco de várias teorias da conspiração.

Sob pressão de segmentos conspiracionistas da sua base política para divulgar mais informações sobre o caso Epstein, criminoso sexual com quem manteve relações próximas durante décadas, Trump negou o conhecimento ou o envolvimento nos crimes de Epstein e disse que terminou a amizade há anos.

Na terça-feira, Trump evitou na Casa Branca questões sobre a decisão do Departamento de Justiça de questionar a ex-namorada de Jeffrey Epstein, Ghislaine Maxwell, que foi condenada por ajudar o milionário a abusar sexualmente de raparigas menores de idade e cumpre agora uma longa pena de prisão.

O caso Epstein - e a divulgação da "lista de clientes" do milionário - tem sido motivo de dissidência entre trumpistas. Trump tem tentado desesperadamente virar a página de uma crise que tem consumido a sua administração, desde que o Departamento de Justiça anunciou há duas semanas que não irá divulgar mais provas sobre a investigação de tráfico sexual contra Epstein - que se suicidou atrás das grades enquanto aguardava julgamento em 2019.

O último desenvolvimento surgiu na quinta-feira, quando o Wall Street Journal descreveu uma carta sexualmente sugestiva que, segundo o jornal, tinha o nome de Trump e foi incluída num álbum de 2003 para o 50º aniversário de Epstein. Trump negou ter escrito a carta, chamando-lhe "falsa, maliciosa e difamatória".

Epstein morreu em 2019 numa prisão em Nova Iorque, enquanto aguardava julgamento pelas acusações de pedofilia, tráfico de menores e abuso sexual. Investigações posteriores concluíram ter-se tratado de um suicídio, mas muitos eleitores norte-americanos acreditam que esta teoria é um encobrimento.

Com Lusa

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