Sábado – Pense por si

Supremo brasileiro mantém demarcação de terras indígenas no Ministério da Justiça

Transferência da demarcação de terras indígenas para a pasta da Agricultura estava prevista numa reestruturação administrativa anunciada por Bolsonaro.

O Supremo Tribunal Federal (STF) do Brasil decidiu, por unanimidade, vetar um excerto de uma medida provisória que tirou a demarcação de terras indígenas da Fundação Nacional do Índio (FUNAI), passando-a para o Ministério da Agricultura.

Com a decisão, a demarcação deterras indígenasmantém-se uma atribuição da FUNAI, órgão público brasileiro criado para preservar os direitos dos indígenas e que está subordinado ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, tutelado por Sérgio Moro.

A transferência da demarcação de terras indígenas para a pasta da Agricultura estava prevista numa reestruturação administrativa anunciada numa medida provisória assinada pelo presidente do Brasil,Jair Bolsonaro, em janeiro, mês em que tomou posse como chefe de Estado.

Em maio esta mudança foi chumbada pelo Congresso, que tem o poder de invalidar medidas provisórias assinadas pelo Presidente do país depois que estas completarem 90 dias.

No mês seguinte, Jair Bolsonaro publicou uma nova medida provisória para manter a demarcação de terras indígenas no Ministério da Agricultura e, dessa forma, beneficiar políticos e empresários ligados ao agronegócio que o apoiam e são contrários à regularização de reservas florestais e áreas indígenas.

O novo decreto foi colocado em causa pelos partidos de esquerda – Rede Sustentabilidade, Partido dos Trabalhadores Partido Democrático Trabalhista – num recurso apresentado ao Supremo Tribunal Federal.

O juiz do Supremo Luiz Roberto Barroso julgou favoravelmente as alegações destes partidos e suspendeu a mudança até que houvesse um julgamento definitivo, o que ocorreu hoje.

A Fundação Nacional do Índio foi criada em 1967. É a coordenadora e principal executora da política relativa aos povos indígenas do Governo federal, sendo a sua missão "proteger e promover os direitos" destas populações, segundo o seu ‘site’ na internet.

"Cabe à FUNAI promover estudos de identificação e delimitação, demarcação, regularização fundiária e registo das terras tradicionalmente ocupadas pelos povos indígenas, além de monitorizar e fiscalizar as terras indígenas", refere a mesma fonte, explicando que a fundação "também coordena e implementa as políticas de proteção aos povos isolados e recém-contactados".

Bons costumes

Um Nobel de espinhos

Seria bom que Maria Corina – à frente de uma coligação heteróclita que tenta derrubar o regime instaurado por Nicolás Maduro, em 1999, e herdado por Nicolás Maduro em 2013 – tivesse melhor sorte do que outras premiadas com o Nobel da Paz.

Justa Causa

Gaza, o comboio e o vazio existencial

“S” sentiu que aquele era o instante de glória que esperava. Subiu a uma carruagem, ergueu os braços em triunfo e, no segundo seguinte, o choque elétrico atravessou-lhe o corpo. Os camaradas de protesto, os mesmos que minutos antes gritavam palavras de ordem sobre solidariedade e justiça, recuaram. Uns fugiram, outros filmaram.