Natália Nunes explica que "a principal razão que leva as famílias a pedir ajuda este ano está muito centrada na questão do aumento do custo de vida provocado pela inflação e pelo aumento das taxas de juros".
As famílias que pediram ajuda nos primeiros três meses deste ano "estão também preocupadas e a antever" uma possível subida da taxa de juro, nomeadamente do crédito à habitação.
Deco considera que "permitir novas adesões e por mais tempo poderá ser uma medida positiva", enquanto associações consideram que as moratórias têm sido o "balão de oxigénio" de famílias e empresas.
Quase um terço (29%) dos pedidos de ajuda foram motivados por desemprego.
"Esta taxa de esforço é contabilizada sem os créditos que estão a ser objeto de moratória, pública ou privada, portanto imagine-se quando tiverem de os pagar", salienta a Deco.
Associação de Defesa do Consumidor recebeu 3600 pedidos de ajuda desde que começou o estado de emergência. Mais de 70% estão relacionados com "diminuição de rendimentos ou até da ausência total de rendimentos".
"As dificuldades das famílias vão além do crédito à habitação", alerta Natália Nunes, da DECO.
Em 2018, a deterioração das condições de trabalho esteve na origem de 19% das situações de rutura, mas o seu peso aumentou este ano para os 21%.
Valor supera os pedidos registados um ano antes e que chegou maioritariamente de pessoas entre os 40 e os 65 anos de idade.
Dados da Deco indicam ainda uma subida da percentagem do rendimento utilizada para pagar os empréstimos, cuja média atingiu os 80%.
Governo quer criar um mecanismo eletrónico que impeça a penhora simultânea de saldos de várias contas bancárias quando o seu valor excede o da dívida.
O Governo quer criar um mecanismo eletrónico que impeça a penhora simultânea de saldos de várias contas bancárias quando o seu valor excede o da dívida, segundo prevê a Lei do Orçamento do Estado para 2019.
Depois de algum alívio no número de sobreendividados nos últimos anos, 2018 tem marcado o regresso da tendência de crescimento que se verificou durante a crise, revelam os dados da Deco.
