
Supremo decide que Armando Vara vai ter de cumprir mais dois anos e seis meses de prisão
Defesa só admitia o cumprimento de 30 dias de prisão.
Defesa só admitia o cumprimento de 30 dias de prisão.
O crime obsceno, à larga, durante anos. O castigo atrasado, a correr atrás do prejuízo. Portugal, em suma.
Começou por ser batizada como Amigos dos Amigos, mas o nome não vingou e hoje toda a gente a conhece como Operação Face Oculta. Um novo livro, sobre a vida do investigador da PJ que liderou esta investigação ("Insubmisso, Memórias de um Polícia"), revela agora todos os bastidores de um caso em que o então primeiro-ministro José Sócrates e vários comparsas montaram um plano para controlar a TVI e os jornais Público e Correio da Manhã.
O Supremo Tribunal de Justiça aumentou a pena de prisão de Armando Vara. O confidente e homem de mão de José Sócrates é um exemplo da podridão que existe no mundo da política e dos negócios. É uma das personagens da história em livro que a SÁBADO revela em exclusivo esta semana.
Os trabalhadores da Global, os seus bravos jornalistas, merecem soluções rápidas para a crise que enfrentam. Mas também merecem que se faça justiça, punindo quem os conduziu ao abismo.
As soluções de Rui Rio, criadoras de uma maioria de não magistrados nos órgãos de governo das magistraturas, estão em total rota de colisão com as ideias da União Europeia em matéria de separação de poderes. Por cá, o problema não está no Ministério Público. Está em quem quer uma justiça subserviente a um grupo de intocáveis da República.
Costa fica como um antigo ministro da Justiça impecável, mas como um primeiro-ministro que não conseguiu controlar o seu tempo de saída. Deveria estar a sair agora, em glória, depois de dois mandatos, eventualmente a caminho de um cargo europeu. Não com a amargura de ter sido quase demitido por “um comunicado do gabinete de imprensa da PGR”.
Para o advogado, a única certeza passa pelo mês que resta a Armando Vara além dos cinco anos da pena imposta pelo tribunal de Aveiro no processo Face Oculta.
Antigo governante socialista terá assim de cumprir mais dois anos de prisão.
Pena foi pedida em cúmulo jurídico e refere-se aos processos Face Oculta e Operação Marquês.
A proibição de cargo político a título de pena acessória só é possivel afinal desde março do ano passado. Até aqui a lei apenas previa a proibição de cargo público como pena acessória. Nuno Moita foi condenado em primeira instância a pena suspensa por participação económica em negócio, quando exercicia um cargo público.
Alexandra Reis saiu da TAP depois de se incompatibilizar com a CEO da companhia aérea. O trabalho que fez na transportadora levou Pedro Nuno Santos a chamá-la para a NAV. A amizade com a mulher de Fernando Medina ajudou a aproximá-la do ministro das Finanças, que a convidou para a sua equipa.
Seria bom que todos percebessem que são estes os caminhos crepusculares da própria democracia. Se é por aí que querem ir, tenham, ao menos, o decoro de nos poupar à cantilena do populismo, da extrema-direita e dos papões do costume. Já somos crescidinhos para perceber o que está em causa.
A pena única resultou do cúmulo jurídico das penas parcelares aplicadas ao arguido por quatro crimes de fraude fiscal e um crime de branqueamento.
No primeiro mês, o salário será de €9.231. Pedro Sales vai ser assessor de comunicação de um vereador do PS (João Paulo Saraiva) que não tem pelouro na Câmara de Lisboa.
Só Inês de Medeiros (CM Almada - PS) empregou nove assessores, adjuntos e diretores. Loures (também PS), uma assessora e uma diretora. Outros estão no Governo, no Estado ou na vereação do PS. Apenas três foram para o setor privado.