
BCE faz pausa e deixa juros de referência nos 2%
A autoridade monetária liderada por Christine Lagarde decidiu manter as taxas diretoras no nível em que as colocou no mês passado.
A autoridade monetária liderada por Christine Lagarde decidiu manter as taxas diretoras no nível em que as colocou no mês passado.
A diminuição da taxa de juro de referência na Zona Euro era já antecipada pelos mercados dado que a inflação aliviou para 2,4% em fevereiro.
Os governadores decidiram esta quinta-feira cumprir a expectativa dos mercados. Sobre o futuro, reafirmam que vão seguir uma "abordagem dependente dos dados" e reunião a reunião para decidir novas mexidas.
A decisão - já esperada pelo mercado - foi tomada pelos governadores da Zona Euro esta quinta-feira, na última reunião de política monetária do ano.
O BCE decidiu cortar as taxas de juro em 25 pontos base, pela segunda vez, depois de um ciclo de aperto monetário que durava desde o verão de 2022. A deliberação tomada esta quinta-feira pelos governadores já era esperada pelo mercado.
Esta suspensão, depois de em junho ter sido deliberado o primeiro corte desde 2019, não foi uma surpresa para o mercado, que já antecipava que não houvesse mexidas. O banco central alerta que é "provável que a inflação global permaneça acima do objetivo ainda durante grande parte do próximo ano".
Ainda não foi desta que o BCE decidiu começar a cortar os juros, tendo assim mantido a taxa de depósitos no máximo de sempre de 4%, a aplicável às operações principais de refinanciamento em 4,5% e a de cedência de liquidez em 4,75%.
Apesar de a Zona Euro ter entrado em recessão técnica, a inflação continua acima da meta de 2% do banco central, o que justifica a decisão de voltar a aumentar os juros.
O Conselho do Banco Central Europeu reuniu-se esta quarta-feira de emergência após os juros das dívidas europeias terem agravado de forma expressiva.
Se o regresso ao crescimento era esperado no terceiro trimestre, após o desconfinamento dos meses de verão, os números do quarto trimestre "seguem uma orientação em baixa", advertiu.
O Banco Central Europeu adiou uma decisão quanto ao reforço do programa de compra de ativos até à próxima reunião de dezembro, em linha com o esperado pelos analistas.
Juízes pronunciam-se sobre os "Asset Purchase Programs" criados por Mario Draghi depois de um grupo de dois mil queixosos darem início a este processo.
A presidente do Banco Central Europeu apontou que a ajuda de 750 mil milhões de euros do banco "continuará até que o BCE considere que a crise do coronavírus passou".
Especialistas argumentam que a compra de ativos é ilegal por se tratar de financiamento monetário dos Estados-membros, uma vez que cada um dos bancos centrais da zona euro compra, com o apoio do BCE, dívida emitida pelos respetivos Estados.
O que fez o Banco Central Europeu, o que são “coronabonds” e o fosso que separa os países do Norte e Sul da Europa sobre a forma de partilhar a conta da crise gerada pela pandemia.
Desde o início da crise, o governo e a comissão europeia têm aprovado várias medidas de apoio a empresas e trabalhadores. O advogado António Pragal Colaço fez para a SÁBADO um ponto de situação do que precisa de saber