
Interpol vai recolher bens de João Rendeiro à guarda da advogada
"Disseram que havia um pedido de Portugal e presumo que trarão isso com eles", explicou a advogada June Marks.
"Disseram que havia um pedido de Portugal e presumo que trarão isso com eles", explicou a advogada June Marks.
Enquanto o marido estudava, Maria de Jesus trabalhava como secretária e tradutora. As viagens de luxo do casal começaram com idas à neve e não pararam quando ela teve um cancro. Desde que Rendeiro fugiu, a mulher vive com a irmã na Quinta Patiño.
O corpo do ex-banqueiro João Rendeiro permanecia na terça-feira na morgue de Pinetown a aguardar ser recolhido pelas autoridades portuguesas, depois de realizada a autópsia nesse mesmo dia.
Medida de coação tinha sido imposta no âmbito do processo D'Arte Asas, no qual é suspeita dos crimes de descaminho, desobediência, branqueamento de capitais e de crimes de falsificação de documento relativamente a obras de arte da coleção do seu marido.
A morte de João Rendeiro é muito difícil de explicar, sobretudo porque nada a faria prever, pelo menos para já. O que levou a advogada sul-africana a nunca ter comunicado à família que iria deixar de o representar?
Se assim entender, Maria de Jesus Rendeiro dará seguimento à queixa que o marido apresentou, por sentir-se injustiçado. O processo deu entrada no Tribunal Europeu dos Direitos do Homem e o pedido de indemnização é de 400 mil euros.
Interrogado se a Presidência da República recebeu informações sobre a morte de João Rendeiro, retorquiu: "Eu acho que, por respeito pela pessoa e pela situação e circunstâncias da morte, não há mais nada a dizer, mais nada".
Abel Marques desconhecia que a colega June Marks quisesse largar o caso do ex-banqueiro, encontrado morto na prisão da África do Sul. Maria de Jesus Rendeiro está devastada com a notícia da tragédia.
A advogada de João Rendeiro na África do Sul, June Marks, não terá enviado para Portugal os documentos do processo naquele país que são fundamentais para que possa avançar a queixa contra o Estado português em que o ex-banqueiro se queixa de ter sido julgado várias vezes pelos mesmos crimes. Aparentemente em causa estará a má relação de June Marks com Rendeiro, a mulher dele e os seus advogados em Portugal, avança Sandra Felgueiras.
Audiência em tribunal tinha sido marcada para cessar a representação legal. Porém, o ex-banqueiro foi encontrado morto.
Aos 69 anos, o antigo presidente do Banco Privado Português, sempre disse estar a desenvolver problemas de saúde na prisão de alta segurança na África do Sul. Encontrava-se numa cela com mais 50 reclusos.
June Marks relata uma mudança no comportamento do antigo banqueiro.
O ex-banqueiro do BPP foi encontrado morto dentro da cela na prisão de Westville, na África do Sul.
O antigo banqueiro do BPP tinha sido condenado por burla qualificada. Foi encontrado morto na prisão.
A informação avançado pelo Juízo Central Criminal de Lisboa destaca que no relatório social de João Rendeiro, elaborado pela Direção-Geral de Reinserção Social, em 2016, "não é feita qualquer referência a questões de saúde que o afetassem ou limitassem de qualquer forma".
Em causa está a fita que selava os documentos enviados pela PGR e que estava partida na sessão de julgamento realizada no passado dia 21 de janeiro.