Mudar é, afinal, o mais difícil de concretizar, mesmo quando anunciamos a mudança e é bastante mais fácil conseguir a submissão porque, em última análise, trabalhamos por amor mas também trabalhamos por dinheiro, nesse contrato social em que um entrega competências e outro retribui com um valor monetário.
Trabalhar a um sábado para descansar a uma segunda de manhã, ou usar um domingo para surfar um dia por semana. Sem culpa, sem atrasar o que há para fazer.
Mudou mais depressa a mentalidade do empregado do que a do empregador, razão pela qual os mais competentes saem, os mais corajosos abandonam, os mais eficientes batem com a porta, deixando as empresas com dificuldade em reter e, a seguir, em contratar talento porque são muitos os que já não aceitam as condições que as empresas têm para dar.
Tem aumentado a reflexão em torno da "great resignation" [grande renúncia], expressão atribuída ao fenómeno que cresce desde o início em 2021 e que corresponde ao número elevado de saídas dos locais de trabalho e da indisponibilidade para determinados empregos.
Marian Salzman reconhece que chegamos exaustos ao fim de 2021 e espera que o ano que se avizinha seja menos turbulento. Ainda assim, aconselha aos “passageiros” mais avisados para “apertarem o cinto”. A viagem ainda não acabou
É a dura realidade de um país que se orgulha de aumentar o salário mínimo para 665€, no qual muitos - muitos mesmo - profissionais não atingem o patamar dos 1000€ e onde estar efectivo é mais um sonho do que um objectivo.
