
EDP. Advogado diz que Salgado "não tem noção" da decisão
"A absolvição. Ponto final. O julgamento foi arrasador para as teses da acusação, por isso esse seria o resultado que esperaria", afirmou o advogado Francisco Proença de Carvalho,
"A absolvição. Ponto final. O julgamento foi arrasador para as teses da acusação, por isso esse seria o resultado que esperaria", afirmou o advogado Francisco Proença de Carvalho,
Considerando não haver "nenhumas provas" de corrupção de Ricardo Salgado, Francisco Proença de Carvalho vincou que "a corrupção tem de cair por terra" e descreveu como "ridícula" a acusação do Ministério Público.
Francisco Proença de Carvalho reiterou que o novo relatório vem confirmar o diagnóstico de doença de Alzheimer do ex-banqueiro e sublinhou que uma pessoa nessas circunstâncias não inventa sintomas.
"Uma condenação a pena efetiva de alguém, como ficou provado, que sofre da doença de Alzheimer, é uma condenação que obviamente do ponto de vista daquilo que me parece ser a lei e também o humanismo e a dignidade humana, não é aceitável", disse Francisco Proença de Carvalho.
Francisco Proença de Carvalho e Adriano Squilacce defenderam que o despacho "omitiu a prática de uma diligência que se pode reputar essencial para a descoberta da verdade e boa decisão da causa, ou mesmo omitiu um ato legalmente obrigatório".
A decisão do juiz Francisco Henriques foi recebida com algumas reservas pelos advogados de defesa do antigo banqueiro, Francisco Proença de Carvalho e Adriano Squilacce, que sugeriram a marcação de uma outra data, face à relevância das testemunhas agendadas para esse dia e o tempo associado às respetivas inquirições.
O requerimento de abertura de instrução do processo GES, com 777 páginas, foi entregue na segunda-feira pelos advogados do ex-banqueiro, Francisco Proença de Carvalho e Adriano Squilacce, em resposta à acusação do Ministério Público, que tem quase quatro mil páginas e envolve 25 arguidos (18 pessoas e sete empresas).
Francisco Proença de Carvalho pergunta se Paulo Silva, envolvido na investigação fiscal da maioria dos grandes processos de combate à corrupção nos últimos anos, é "testemunha ou inspetor".
Sem responder a perguntas, Francisco Proença de Carvalho defendeu que Ricardo Salgado está na Operação Marquês para servir de "bóia de salvação" da acusação do Ministério Público e asseverou que "levará até às últimas consequências a sua defesa".
O advogado de Ricardo Salgado, Francisco Proença de Carvalho, argumenta que não há factos, só "suposições", que ligam o ex-primeiro-ministro e o antigo líder do BES. Na Operação Marquês, Salgado é suspeito de tráfico de influência.
Francisco Proença de Carvalho diz que notícias sobre a pensão do ex-presidente do BES são "populistas".
O líder do BESI defende, num comunicado de resposta à defesa de Salgado, que qualquer crítica do banqueiro é sempre abonatória para o Ricciardi. É um "triste ensaio" a tentativa de "envolver terceiros nas responsabilidades próprias", diz ainda.
José Maria Ricciardi é o único membro da família Espírito Santo que, além do próprio Ricardo Salgado, merece honras de ser nomeado na introdução da defesa do antigo líder do BES. O banqueiro não resiste a insinuar que o primo foi cúmplice do Banco de Portugal e de Passos Coelho na queda do banco.
Apontar o dedo a Ricardo Salgado e atribuir-lhe a responsabilidade pela queda do BES é "uma mentira fácil" do Banco de Portugal, aponta o banqueiro na sua defesa. Os maus sa~o sempre os banqueiros e o bom e´ sempre o "poli´cia'", alega o antigo líder do BES, na defesa a que o Negócios teve acesso.
O Banco de Portugal actuou no caso BES como um "COPCON dos tempos modernos", o comando militar no Verão Quente de 1975 prendeu capitalistas sem mandato. A acusação ao supervisor consta da defesa de Ricardo Salgado, a que o Negócios teve acesso. O banqueiro espera que os tribunais sejam o seu "25 de Novembro".
Ricardo Salgado continua a ser ouvido esta sexta-feira pelo Supervisor dos Mercados Financeiros suíço (FINMA) na sede da CMVM, depois de ontem já ter estado a prestar declarações.