
Portugal atingir 5% do PIB em Defesa? É difícil, dizem especialistas
"O compromisso de 5% pode muito bem ter o mesmo destino que os de 2%, em que alguns aliados cumprem o objetivo enquanto outros ficam aquém", diz membro da NATO.
"O compromisso de 5% pode muito bem ter o mesmo destino que os de 2%, em que alguns aliados cumprem o objetivo enquanto outros ficam aquém", diz membro da NATO.
Tinha 86 anos e estava internado nos cuidados paliativos de um hospital privado. Chegou a ser condenado a 17 anos de prisão pelo envolvimento na organizaçã terrorista.
Com as contas congeladas, foram impedidos de entrar nas empresas e presos em beliches de Caxias. Alguns, fugiram – um deles pelo telhado de casa.
Com tanta mudança, oxalá os europeus acordem rapidamente do torpor da época estival porque a rentrée política em Bruxelas promete ser tão quente como o verão que agora termina.
A newsletter de terça-feira.
A aristocracia política e tecnocrata de Bruxelas é um problema numa Europa alargada e desigual. Mas ter uma União pesada, chata e moderada pode mesmo ser a melhor forma de abrir as portas do continente a quem procura uma vida melhor.
O primeiro a nascer em Portugal foi um importante homem de negócios no Porto – o escultor Soares dos Reis fez-lhe um busto da mulher, a viscondessa Andreza. Com o segundo conde, o comboio chegou a Cascais e o projeto de uma estância turística que rivalizasse com a Côte D’Azur começou a ganhar forma.
Os maiores grupos económicos podiam ter mais de 100 empresas em Portugal, Angola e Moçambique. Muitos eram controlados por famílias como os Champalimaud, Mello e Espírito Santo. Tinham fábricas, bancos, hotéis e cinemas. Alguns dos herdeiros discutiam negócios ao domingo com Salazar.
Durante quase cinco décadas, liderou a maior empresa das antigas colónias, que ocupava, em Angola, o equivalente a um terço do território português. Com um salário milionário, criou uma das maiores coleções de arte do País, mas morreu sem deixar dinheiro no banco. Teve várias polémicas com Salazar, que chegou a visitá-lo em casa.
Da família cuja história se cruza, a espaços, com a de Portugal - os Burnay - a mais um exemplo de como o meio académico continua a lidar mal com o assédio, passando ainda pela opinião de Bruno Nogueira sobre música, há muito para ler a caminho das festas (e temos um guia, caso esteja em Lisboa).
Chegaram a Portugal de barco, com um herdeiro clandestino a bordo. Um deles, feito conde por um rei, foi o homem mais rico do País, dono de palácios, de bancos e da Carris. Casaram com Roquettes e Mello Breyners, sobreviveram a cenas de pancadaria e a um assassinato. São, hoje, perto de três mil, mas a fortuna original desapareceu.
A genealogia escrita por Luís Sande e Castro foi essencial para a redatora principal Ana Taborda contar a história da família Burnay, que tem cerca de 3 mil membros. E ainda: entrevistas com o sexólogo Júlio Machado Vaz e a escritora Valérie Perrin; e uma sessão fotográfica especial com o ator Afonso Pimentel.
Mesmo depois de exilado, D. Manuel II tinha 17 criados e uma casa com um campo de golfe e outro de ténis. O pai, D. Carlos, mandava servir almoços “ligeiros” de 10 pratos e a avó, D. Maria Pia, punha oito homens a carregar um piano a pé por 40 quilómetros.
Nunca escondeu que nasceu pobre e sempre disse que não queria ser rico. No Estado Novo, esteve preso no Aljube e foi ministro de Salazar. Na democracia, foi saneado, deputado e líder partidário. Teve alguns inimigos, mas os seus amigos iam do CDS ao PCP.
Os conflitos entre António, Carlos, Maria Ana e Henrique incluíram insultos, acusações de assaltos e até uma prisão preventiva que durou quatro anos e meio. Chegaram a ter mais de 30 processos em tribunal uns contra os outros. Dois deles morreriam sem nunca voltarem a falar – ainda que tenham estado internados no mesmo hospital.