
Isaltino Morais sobre buscas: "Almoços de trabalho, almoços que todas as autarquias fazem"
Autarca garantiu que "os serviços da Câmara estão a prestar toda a informação solicitada".
Autarca garantiu que "os serviços da Câmara estão a prestar toda a informação solicitada".
A SÁBADO apurou que as buscas desta quinta-feira estão relacionadas com "almoços de trabalho" que custaram mais de 139 mil euros à autarquia.
Se um autarca, além do salário, recebe também um valor para despesas de representação (no caso de Oeiras são €1.124/mês) não pode apresentar faturas de refeições "de trabalho" ou de "representação", como explicam vários juristas. Em causa pode estar o crime de peculato.
Isaltino Morais justificou-se com a normalidade dos almoços de trabalho – algo que a SÁBADO não contestou. Mas o autarca omitiu que muitas das refeições reveladas foram entre membros do executivo. Como aquela que ele próprio teve a 24 de setembro de 2019, com a vereadora Joana Baptista e a adjunta Irina Lopes, cuja conta chegou aos 344,50 euros.
Com o PS e o PSD aliados a Isaltino Morais e em silêncio, as críticas vêm de Carla Castelo (Evoluir Oeiras) e Mariana Leitão (Iniciativa Liberal).
A proto-sucessora de Isaltino Morais é a que mais trabalha à mesa. Faturas pagas pela câmara incluem várias refeições no JNcQuoi e milhares de euros em marisco, "ostras exóticas" e álcool, incluindo Pêra Manca. Mas também "lanches de trabalho" de caracóis e gelados de açaí num novo spot de Paço de Arcos, o Oakberry.
Faturas de Isaltino Morais e da sua equipa mostram consumo maciço de lavagante, sapateira, lagosta, sushi, ostras, leitão, camarão-tigre e presunto pata negra. E tabaco, vinho, saké afrodisíaco, aguardente e Moët & Chandon. Há quem apresente faturas do JNcQuoi e declare vários "almoços de trabalho" à mesma hora em restaurantes diferentes
"No almoço de trabalho fala-se de tudo. Dos filhos, do clube de futebol, do Passos, das séries." Leia a nova crónica de Nuno Costa Santos