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Ministro diz estar disponível para responder a todas as perguntas sobre o seu comportamento e do Ministério do Trabalho e da Segurança Social relativamente à instituição.
O ministro do Trabalho, Segurança Social e Solidariedade, Vieira da Silva, garantiu estar "absolutamente tranquilo" e totalmente disponível para responder a todas as perguntas que os deputados queiram fazer, segunda-feira, sobre o escândalo da alegada gestão danosa na Raríssimas. A comissão de Trabalho e Segurança Social aprovou na quarta-feira por unanimidade um requerimento do PS para que o ministro Vieira da Silva preste esclarecimentos sobre o caso relativo a suspeitas de gestão danosa na associação Raríssimas, tendo a data sido anunciada esta quinta-feira.
"Estou absolutamente tranquilo com o meu comportamento e o do meu ministério neste processo. Aguardo com toda a vontade a chegada do momento na Assembleia República, que é o sítio certo, para prestar todos os esclarecimentos que os deputados me queiram colocar", disse aos jornalistas, acrescentando: "Fui eu que solicitei ao Partido Socialista para que apresentasse uma proposta para que me ouvissem e à equipa do ministério na comissão de Trabalho e Segurança Social. Isso acontecerá na segunda-feira e estarei completamente disponível para responder a todas as questões, reafirmando a minha tranquilidade pela forma como esta instituição [a Raríssimas] foi tratada segundo o princípio da equidade e das normas que regem a relação entre o Estado e as instituições sociais."
O governante revelou ainda que as conclusões da investigação ordenada à associação deverão ser apresentadas nos próximos dias, aguardado o relatório que será elaborado pelos inspectores que se deslocaram à Casa dos Marcos, na Moita. "Não tive ainda contacto com os inspectores, mas espero que, muito rapidamente, possam anunciar o momento em que vão apresentar os resultados", anunciou.
Confiança de Costa
Esta quinta-feira, o primeiro-ministro, António Costa, disse manter "total confiança política" em Vieira da Silva, considerando que o facto de ter sido vice-presidente da assembleia-geral da Raríssimas não macula "de alguma forma" a sua excelente actividade governativa.
"É um ministro com muita experiência, com grande capacidade e que em todos os domínios e em todos os momentos que exerceu a sua actividade governativa demonstrou sempre ter grande capacidade de ser um excelente governante. E não é o facto de enquanto vice-presidente da assembleia-geral há anos atrás (2013-2015) ter participado nesta instituição que vê de alguma forma maculada essa sua actividade", defendeu.
Em declarações aos jornalistas à entrada para um Conselho Europeu, em Bruxelas, o chefe de Governo português salientou também que não se pode confundir factos, de natureza criminal ou não, que tenham sido praticados por uma direcção "que aliás já cessou funções", com a "excelência do trabalho que a instituição tem desenvolvido ao longo de anos", e garantiu que o Estado "tudo fará" dentro das suas possibilidades para assegurar a continuidade da actividade da Raríssimas.
Apelo dos trabalhadores
Uma reportagem emitida pela TVI no sábado denunciou o alegado uso, pela presidente, Paula Brito da Costa, de dinheiro da associação de ajuda a pessoas com doenças raras, a Raríssimas, para fins pessoais.
Na reportagem era também adiantado que o secretário de Estado da Saúde, Manuel Delgado, foi contratado entre 2013 e 2014 pela associação Raríssimas, com um vencimento de três mil euros por mês, tendo recebido um total de 63 mil euros.
Paula Brito e Costa e Manuel Delgado anunciaram na terça-feira que se demitiam dos respectivos cargos.
Os trabalhadores da Raríssimas avisaram que a associação está em risco de fechar por falta de acesso às contas bancárias e apelaram ao primeiro-ministro para que envie uma direcção idónea para permitir o funcionamento.
Na quarta-feira, elementos da Inspecção-geral do Ministério do Trabalho, da Solidariedade e da Segurança Social estiveram na Associação Raríssimas para dar início à inspecção na instituição.
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