No âmbito da reunião extraordinária de hoje do Conselho de Ministros, destinada a aprovar medidas de prevenção e combate aos incêndios florestais, bem como reparação dos prejuízos, e que decorre na residência oficial do primeiro-ministro, em São Bento, o governante João Matos Fernandes disse que foram tomadas quatro decisões no domínio da resiliência do território nacional.
Uma das quatro medidas anunciadas foi a replicação do projecto-piloto da Peneda-Gerês, em que a área ardida foi 60% inferior ao ano passado, a outros parques florestais nacionais, avançou o ministro do Ambiente.
O Governo vai ainda avançar com "um vasto projecto de aquisição de equipamentos e contratação de sapadores", em que vão ser contratados nos próximos dois anos cem novas equipas de sapadores, o que corresponde a 500 pessoas, revelou o governante, indicando que actualmente existem 292 equipas de sapadores.
A prevenção e o combate aos incêndios florestais vão ser reforçados com mais 50 vigilantes da natureza, dos quais 20 entram já ao trabalho no próximo dia 4 de Novembro.
No âmbito da prevenção estrutural das matas nacionais, o Governo vai alocar três milhões de euros para a rede primária de defesa contra incêndios, investimento que poderá ser "multiplicado" através de uma candidatura ao Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos (POSEUR).
Além destas medidas, vai ser implementado "um projecto de voluntariado jovem para natureza e para as florestas", prevendo envolver no próximo ano 10 mil jovens, entre os 18 e os 30 anos, na sensibilização da comunidade para as questões da proteção da natureza, anunciou o tutelar da pasta do Ambiente.
De acordo com João Matos Fernandes, o investimento total que será realizado neste âmbito será de "aproximadamente 20 milhões de euros".
As centenas de incêndios que deflagraram no domingo, o pior dia de fogos do ano segundo as autoridades, provocaram 44 mortos e cerca de 70 feridos, mais de uma dezena dos quais graves.
Os fogos obrigaram a evacuar localidades, a realojar as populações e a cortar o trânsito em dezenas de estradas, sobretudo nas regiões Norte e Centro.
Esta é a segunda situação mais grave de incêndios com mortos em Portugal, depois de Pedrógão Grande, em Junho deste ano, em que um fogo alastrou a outros municípios e provocou, segundo a contabilização oficial, 64 mortos e mais de 250 feridos. Registou-se ainda a morte de uma mulher que foi atropelada quando fugia deste fogo.