Alano Silva, um dos suspeitos do ataque à academia de Alcochete, foi agora detido em Angola. Por ter dupla nacionalidade a sua extradição está em risco, já que o país não extradita nacionais.
A extradição de Alano Silva, um dos suspeitos do ataque à academia de Alcochete e braço direito de Mustafá, está em risco, confirmou a SÁBADO junto de fonte judicial. Alano Silva tem dupla nacionalidade e Angola não extradita nacionais.
Na quinta-feira, fonte judicial confirmou à Lusa que o suspeito foi detido em Angola. Considerado um elemento "muito próximo" do líder da Juventude Leonina, Nuno Mendes, conhecido como Mustafá, terá viajado para Angola logo após a operação da GNR que culminou com a detenção do primeiro grupo de 23 suspeitos.
A detenção ocorreu na sequência de um mandado de detenção internacional emitido pelo Departamento de Investigação e Ação Penal de Lisboa, mas, segundo explicou a mesma fonte, como este suspeito tem nacionalidade angolana, é "quase certo" que não seja extraditado para Portugal, ainda que possa vir a ser julgado em Angola pelo ataque à academia de Alcochete.
Em janeiro deste ano, o Tribunal de Instrução Criminal (TIC) do Barreiro declarou a especial complexidade do processo da invasão à academia do Sporting, em Alcochete, pedida pelo Ministério Público, o que, consequentemente, dilatou o prazo de prisão preventiva dos arguidos.
Esta decisão teve como consequência direta o alargamento do prazo (até 21 de setembro deste ano) para que o TIC do Barreiro profira a decisão instrutória (se o processo segue para julgamento), sem que 23 dos arguidos sejam postos em liberdade.
Os primeiros 23 detidos pela invasão à academia e consequentes agressões a técnicos, futebolistas e outros elementos da equipa 'leonina', ocorridas em 15 de maio do ano passado, ficaram todos sujeitos à medida de coação de prisão preventiva em 21 de maio.
Em 15 de novembro, exatamente seis meses após o ataque à academia do Sporting, em Alcochete, a procuradora Cândida Vilar, do Departamento de Investigação e Ação Penal de Lisboa, deduziu acusação contra 44 arguidos, incluindo o ex-presidente do Sporting Bruno de Carvalho e Mustafá.
Dos 44 arguidos do processo, 38 mantêm-se sujeitos à medida de coação mais gravosa: a prisão preventiva. Os restantes seis arguidos, incluindo o ex-presidente do Sporting Bruno de Carvalho e o líder da claque Juventude Leonina, encontram-se em liberdade, sendo que estes dois últimos estão obrigados a apresentações diárias às autoridades.
A procuradora do MP não recorreu da medida de coação aplicada a Bruno de Carvalho, mas apresentou recurso quanto à de Nuno Mendes, não havendo ainda decisão.
O antigo oficial de ligação aos adeptos do clube Bruno Jacinto está entre os arguidos presos preventivamente, sendo acusado da autoria moral do ataque, tal como Bruno de Carvalho e Mustafá.
Aos arguidos, que participaram diretamente no ataque, o MP imputa-lhes a coautoria de crimes de terrorismo, 40 crimes de ameaça agravada, 38 crimes de sequestro, dois crimes de dano com violência, um crime de detenção de arma proibida agravado e um de introdução em lugar vedado ao público.
Bruno de Carvalho, Mustafá e Bruno Jacinto estão acusados, como autores morais, de 40 crimes de ameaça agravada, 19 de ofensa à integridade física qualificada, 38 de sequestro, um de detenção de arma proibida e crimes que são classificados como terrorismo, não quantificados. O líder da claque Juventude Leonina está também acusado de um crime de tráfico de droga.
Extradição de braço direito de Mustafá está em risco
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Num mundo incerto e em permanente mudança, onde a globalização e a tecnologia redefinem o modo de conceber e fazer justiça, as associações e sindicatos de magistrados são mais do que estruturas representativas. São essenciais à vitalidade da democracia.
Só espero que, tal como aconteceu em 2019, os portugueses e as portuguesas punam severamente aqueles e aquelas que, cinicamente e com um total desrespeito pela dor e o sofrimento dos sobreviventes e dos familiares dos falecidos, assumem essas atitudes indignas e repulsivas.