Sábado – Pense por si

Pedro Marta Santos
Pedro Marta Santos
03 de julho de 2022 às 10:00

Um aborto de país

A referência ao fascismo não é descabida: a Alemanha nazi proibia o aborto a todas as arianas, a Itália de Mussolini criminalizava o acesso à contracepção e Franco tornou o aborto um crime contra o Estado.

A ESCRITORA e ensaísta Siri Hustvedt, que reside há anos em Brooklyn, vivia no Minnesota em 1972 quando o aborto era ilegal. Lembra-se bem do terror da clandestinidade, das fotos dos cadáveres das mulheres cujas cirurgias caseiras de remoção de fetos deram para o torto, da vergonha do espectro da gravidez perante o pai, do namorado de 21 anos (ela tinha 16) que a abandonou durante horas numa clínica para um simples teste de gravidez – não havia autotestes no início dos anos 70.

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Um Nobel de espinhos

Seria bom que Maria Corina – à frente de uma coligação heteróclita que tenta derrubar o regime instaurado por Nicolás Maduro, em 1999, e herdado por Nicolás Maduro em 2013 – tivesse melhor sorte do que outras premiadas com o Nobel da Paz.

Justa Causa

Gaza, o comboio e o vazio existencial

“S” sentiu que aquele era o instante de glória que esperava. Subiu a uma carruagem, ergueu os braços em triunfo e, no segundo seguinte, o choque elétrico atravessou-lhe o corpo. Os camaradas de protesto, os mesmos que minutos antes gritavam palavras de ordem sobre solidariedade e justiça, recuaram. Uns fugiram, outros filmaram.

Gentalha

Um bando de provocadores que nunca se preocuparam com as vítimas do 7 de Outubro, e não gostam de ser chamados de Hamas. Ai que não somos, ui isto e aquilo, não somos terroristas, não somos maus, somos bonzinhos. Venha a bondade.