Sábado – Pense por si

Eduardo Dâmaso
Eduardo Dâmaso
19 de agosto de 2022 às 08:00

Homens da mala há muitos (2)

Os novos homens da mala dão dinheiro para depois ganhar a sério, com licenças de construção, concessões de serviços, jeitinhos em concursos. São eles os artífices da moderna corrupção, mas também são segredos inconfessáveis por quem, do lado dos partidos, recebe a mala.

Retomemos o fio a esta meada do dinheiro que paga a política, das malas carregadas que vinham do Oriente, mas também das que se enchiam cá pelo burgo, onde os construtores civis e o Grupo Espírito Santo (GES) deveriam ter direito a um capítulo próprio na história contemporânea de Portugal. Macau, como vimos, foi uma das principais fontes de financiamento dos partidos que estruturam o regime democrático. Desde muito cedo, PS, PSD e CDS, principalmente, preferiram, por razões diversas, manter um regime legal pantanoso do que enfrentar a questão do financiamento partidário. Percebe-se porquê. Se os dinheiros de Macau eram originários dos casinos, de mecenas como Stanley Ho, e vá-se lá saber de mais o quê, os que eram injetados nos cofres partidários a partir de interesses instalados no retângulo continental não tinham melhor reputação. O pântano, a informalidade, eram a regra.

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