Sábado – Pense por si

Carlos Neto
Carlos Neto Professor Catedrático (Aposentado e Jubilado da Faculdade de Motricidade Humana da Universidade de Lisboa - FMH-UL)
16 de fevereiro de 2024 às 07:00

O Brincar Arriscado: um direito das crianças

Quanto mais a criança se confronta com o risco mais adquire nível de segurança. A educação, perceção e controlo do risco só é possível através de confronto com situações arriscadas entre o corpo e o envolvimento físico construído e natural.

O brincar é um comportamento fundamental e insubstituível na vida humana e principalmente na infância. É uma ferramenta ancestral, uma linguagem universal independentemente da cultura ou da situação geográfica. Brincar é um direito internacionalmente consagrado na Declaração Universal dos Direitos da Criança (20 de novembro de 1959) e na Adoção pela Assembleia Geral das Nações Unidas da Convenção dos Direitos das Crianças no seu artº 31 (20 de novembro de 1989). Através do brincar de forma livre e não estruturada, as crianças adquirem experiências com o imprevisto, o imprevisível e o incerto. O brincar vem de dentro, brotando imaginação e fantasia como um tempo próprio de ser criança. Por conveniência adulta, este tipo de comportamento é por vezes negligenciado, silenciado, bloqueado e maltratado, por ser considerado perda de tempo, um mero passatempo, não produtivo e secundário. As vantagens no seu desenvolvimento são muito significativas: capacidade de adaptação, cultura de sobrevivência, confronto com situações adversas, regulação emocional, autoconfiança, relação social e competências motoras, cognitivas e sociais.

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