"Não vamos responder [ao fim do Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermédio – INF] nos mesmos moldes usados pela Rússia. Não queremos uma nova corrida ao armamento e não temos qualquer intenção de desenvolver novos mísseis terrestres na Europa", garantiu o líder da NATO, Jens Stoltenberg.
Falando em conferência de imprensa na sede da organização, em Bruxelas, sobre o fim do INF, o responsável assegurou que "a resposta da NATO será ponderada e acautelará os riscos significativos inerentes ao sistema de mísseis russo 9M729".
"Acordámos um pacote de medidas […], mas não nos vamos precipitar na sua implementação ou agir de cabeça quente. Vamos considerar, de forma ponderada, as nossas opções", apontou Jens Stoltenberg, numa alusão a possíveis recursos como exercícios conjuntos entre os aliados, sistemas de inteligência artificial e de reconhecimento e mísseis aéreos de defesa.
O objetivo é, de acordo com o representante, assegurar que a política nuclear dos aliados "se mantém estável, segura e efetiva".
"Algumas destas medidas podem ser implementadas rapidamente, enquanto outras requererão algum tempo", notou, falando num processo "equilibrado, coordenado e defensivo".
De acordo com Jens Stoltenberg, a NATO "apoia esforços e novas iniciativas para controlo das armas", razão pela qual equaciona uma parceria nesta área com a China, país que "tem um sistema bastante desenvolvido".
A conferência de imprensa decorreu minutos depois de a NATO declarar o desaparecimento do tratado INF, que visava prevenir corrida ao armamento, afirmando que a Rússia é a única responsável.
"A Rússia continua a violar o tratado INF, apesar de anos de envolvimento dos Estados Unidos e dos aliados, incluindo a oportunidade final dada para, em seis meses, cumprirem as suas obrigações" previstas no acordo, refere o Conselho do Atlântico Norte em comunicado.
Para a organização, "a Rússia é a única responsável pelo desaparecimento do tratado" por não ter destruído o novo sistema de mísseis.
Esta situação motivou, desde logo, a retirada dos Estados Unidos do INF, também hoje confirmada, uma decisão "totalmente apoiada pelos aliados da NATO", de acordo com o comunicado.
Assinado em 1987 por Ronald Reagan e Mikhail Gorbachov, então presidentes dos Estados Unidos e da antiga União Soviética, respetivamente, o INF aboliu o recurso a um conjunto de mísseis com alcance entre 500 e cinco mil quilómetros e pôs fim à crise desencadeada na década de 1980 com a instalação dos SS-20 soviéticos, visando capitais ocidentais.
Em finais de outubro de 2018, o Presidente norte-americano, Donald Trump, acusou a Rússia de não respeitar os termos do tratado e ameaçou então sair deste acordo histórico.
Após ultimatos, Washington acabaria por decidir sair do INF no início deste ano, afirmando que a Rússia tinha infringido as regras do tratado com o desenvolvimento de um novo sistema de mísseis: o novo míssil terrestre russo 9M729, capaz de transportar uma ogiva nuclear e com um alcance superior a 500 quilómetros.
Em reação, Moscovo replicou e denunciou "acusações imaginárias" por parte dos Estados Unidos para justificar a saída do acordo.
A Rússia tinha até esta sexta-feira para destruir os mísseis.
NATO culpa Rússia pelo fim do tratado de desarmamento nuclear com os EUA
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