Os milhares de refugiados que morreram a tentar chegar à Europa é "o novo Holocausto" europeu para Pietro Bartolo, um médico italiano de Lampedusa que tem prestado cuidados médicos às pessoas que chegam à ilha, porta de entrada para a Europa.
Os navios europeus que patrulham o mar já resgataram mais de 20 mil migrantes nessa rota este ano.
"As medidas que a Europa tomou para evitar as mortes destas pessoas no Mediterrâneo, evidentemente, não foram suficientes", disse o médico, co-autor do livro Lágrimas de Sal, com a jornalista Lídia Tilotta, apresentado hoje em Lisboa.
"Na verdade, até acções louváveis - como a Mare Nostrum, a Triton ou a Frontex - tornaram-se numa vantagem para os traficantes de homens, que em vez de comprar barcos duráveis, como faziam antes, começaram a usar barcos de borracha baratos que se afundam facilmente, aumentando assim os naufrágios e as mortes", disse o médico à Lusa.
O médico vai mais longe e garante que se os líderes europeus não tomarem medidas imediatas, serão "acusados, no futuro próximo, de ser responsáveis por este novo Holocausto". Em Lágrimas de Sal, o médico e a jornalista contam histórias contadas por vários refugiados.
"O nosso objectivo é 'infectar' tantas pessoas quantas for possível com os 'vírus' do acolhimento e da solidariedade. Gostamos de dizer que este é um livro 'político' e, de facto, é isso que ele é", afirmam os autores.
O livro é apresentado hoje, pelas 19h00 em Lisboa, no espaço Nimas, com a presença dos dois autores e de Rita Sacramento Monteiro, da Plataforma de Apoio aos Refugiados (PAR).
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Médico que prestou cuidados durante 26 anos na ilha de Lampedusa diz que os líderes europeus "devem tomar medidas imediatas"
Os milhares de refugiados que morreram a tentar chegar à Europa é "o novo Holocausto" europeu para Pietro Bartolo, um médico italiano de Lampedusa que tem prestado cuidados médicos às pessoas que chegam à ilha, porta de entrada para a Europa.
Segundo os dados mais recentes da Organização Internacional para as Migrações (OIM), este ano morreram 481 pessoas a atravessar o Mediterrâneo da Líbia - três vezes mais do que no mesmo período do ano passado (159).
Os navios europeus que patrulham o mar já resgataram mais de 20 mil migrantes nessa rota este ano.
"As medidas que a Europa tomou para evitar as mortes destas pessoas no Mediterrâneo, evidentemente, não foram suficientes", disse o médico, co-autor do livro Lágrimas de Sal, com a jornalista Lídia Tilotta, apresentado hoje em Lisboa.
"Na verdade, até acções louváveis - como a Mare Nostrum, a Triton ou a Frontex - tornaram-se numa vantagem para os traficantes de homens, que em vez de comprar barcos duráveis, como faziam antes, começaram a usar barcos de borracha baratos que se afundam facilmente, aumentando assim os naufrágios e as mortes", disse o médico à Lusa.
O médico vai mais longe e garante que se os líderes europeus não tomarem medidas imediatas, serão "acusados, no futuro próximo, de ser responsáveis por este novo Holocausto". Em Lágrimas de Sal, o médico e a jornalista contam histórias contadas por vários refugiados.
"O nosso objectivo é 'infectar' tantas pessoas quantas for possível com os 'vírus' do acolhimento e da solidariedade. Gostamos de dizer que este é um livro 'político' e, de facto, é isso que ele é", afirmam os autores.
O livro é apresentado hoje, pelas 19h00 em Lisboa, no espaço Nimas, com a presença dos dois autores e de Rita Sacramento Monteiro, da Plataforma de Apoio aos Refugiados (PAR).
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