Sábado – Pense por si

Camberra pergunta por australiano que desapareceu na China

23 de janeiro de 2019 às 14:09
As mais lidas

A Austrália disse que está à procura de informações sobre um antigo diplomata chinês, entretanto naturalizado australiano, que foi dado como desaparecido na China, e suspeita-se ter sido detido pelo ministério de Segurança do Estado.

A Austrália disse que está à procura de informações sobre um antigo diplomata chinês, entretanto naturalizado australiano, que foi dado como desaparecido na China, e suspeita-se ter sido detido pelo ministério de Segurança do Estado.

O escritor e comentador Yang Hengjun serviu como diplomata da China, antes de se naturalizar cidadão australiano. Yang estava atualmente a residir nos Estados Unidos, com a mulher e o filho, mas na semana passada esteve de visita no país asiático.

O Departamento dos Negócios Estrangeiros e do Comércio da Austrália, aponotu hoje, em comunicado, que está a "procurar informações sobre um cidadão australiano, dado como desaparecido na China".

Citado pelo jornal The Australian, o académico da Universidade de Tecnologia de Sydney, Feng Chongyi, disse acreditar que Yang foi detido em Pequim pelo Ministério da Segurança do Estado de Pequim.

"O meu julgamento é baseado em informações que obtive de que Yang Jun foi sequestrado por agentes da segurança do Estado, do ministério da Segurança do Estado [chinês], e está atualmente detido em Pequim juntamente com a sua mulher", disse Feng ao jornal australiano.

Feng foi anteriormente detido na China, em 2017, e interrogado pelos serviços de segurança, antes de poder regressar à Austrália.

O desaparecimento de Yang antecede a visita do ministro da Defesa australiano, Christopher Pyne, à China e ocorre um mês depois de as autoridades chinesas terem detido Michael Kovrig, antigo diplomata do Canadá, e Michael Spavor, empresário que organiza viagens turísticas e eventos desportivos na Coreia do Norte, numa aparente retaliação pela detenção da executiva da Huawei Meng Wanzhou, no Canadá.

Acompanhado da mulher e do filho, Yang partiu de Nova Iorque, em 18 de janeiro, e aterrou em Cantão, sul da China, no dia seguinte, segundo Feng.

Feng revelou que o antigo diplomata e a sua mulher estão agora em Pequim, enquanto a criança permanece com familiares em Xangai.

O antigo jornalista australiano e analista sobre a China John Garnaut afirmou que Yang "não é apenas brilhante, mas extraordinariamente popular entre o mundo de falantes da língua chinesa e um democrata corajoso e comprometido".

"Isto repercutirá globalmente se as autoridades não encontrarem rapidamente uma saída", disse Garnaut, na quarta-feira.

Em 2011, ocorreram preocupações semelhantes sobre a segurança de Yang, quando ele desapareceu num aeroporto chinês, após telefonar a um amigo, alegando que estava a ser seguido por três homens.

Mas mais tarde afirmou que se tinha tratado de um "mal-entendido".

Bons costumes

Um Nobel de espinhos

Seria bom que Maria Corina – à frente de uma coligação heteróclita que tenta derrubar o regime instaurado por Nicolás Maduro, em 1999, e herdado por Nicolás Maduro em 2013 – tivesse melhor sorte do que outras premiadas com o Nobel da Paz.

Justa Causa

Gaza, o comboio e o vazio existencial

“S” sentiu que aquele era o instante de glória que esperava. Subiu a uma carruagem, ergueu os braços em triunfo e, no segundo seguinte, o choque elétrico atravessou-lhe o corpo. Os camaradas de protesto, os mesmos que minutos antes gritavam palavras de ordem sobre solidariedade e justiça, recuaram. Uns fugiram, outros filmaram.