Sete países, 55 dias de jornada a pé e uma filha (Farida) no ventre que sobreviveria a tudo para nascer na Suécia, a demasiadas fronteiras de distância da Síria. O "conto de Farida", vencedor do Prémio Pulitzer 2016, é da autoria de Mauricio Lima, fotojornalista brasileiro que acompanhou Jamilah, a mãe de Farida. A saga infernal dos milhares de refugiados que, há demasiados anos, atravessam o Mediterrâneo é uma das histórias em destaque no álbum que celebra os 15 anos da SÁBADO. São mais de 160 fotografias assinadas por dezenas de fotojornalistas, portugueses e estrangeiros, que cruzam a história da SÁBADO, de Portugal e do Mundo.
O fotojornalista João Pina, convidado pela direção da SÁBADO a olhar para este período concreto do século XXI, começou por mergulhar no arquivo da revista durante semanas, acrescentando a esse vasto espólio outras fotografias publicadas em revistas e jornais de referência, nacionais e internacionais. Resumindo: este álbum de capa dura que chega agora às bancas é uma janela aberta para os últimos 15 anos, número que funciona como esqueleto deste projeto singular – 15 imagens cronológicas (2004-2018), 15 histórias de fôlego e 15 capas da SÁBADO, intercaladas por dezenas de fotografias.
Se 2004 ainda hoje é recordado pelos atentados em Madrid ou pelo feito do FC Porto, treinado por José Mourinho, ao conquistar a Liga dos Campeões Europeus, os anos que se seguem também colocam à prova a nossa memória coletiva. Querem alguns exemplos? Os milhares de pessoas que encheram as ruas de Lisboa durante o cortejo fúnebre de Álvaro Cunhal, antigo secretário-geral do PCP (2005), o desaparecimento de Madeleine McCann na Praia da Luz (2007), o colapso do banco de investimento Lehman Brothers (2008), o resgaste dos 33 mineiros chilenos (2010), a operação militar que eliminaria Bin Laden, fundador da Al-Qaeda (2011), os protestos contra as medidas de austeridade (2012) ou os ataques terroristas em Paris (2015).
Vamos às histórias. Nesse capítulo, para além do "conto de Farida", há páginas inéditas, como as do projeto "Roof", de Mário Cruz, dedicadas a quem vive em locais abandonados de Lisboa. Há o quotidiano na Prisão de Monsanto, captado pela lente de Alexandre Azevedo, subeditor da SÁBADO; há os homens de coragem que ultrapassam o cancro da mama (portfólio de José Ferreira que mereceu amplo destaque na SÁBADO); há os quartos dos militares caídos em combate, tanto no Iraque como no Afeganistão, retratados por Ashley Gilbertson; há a série "Árvores de Plástico", de Eduardo Leal, sobre os "milhões de sacos de plástico que viajam com o vento até se enredarem nos arbustos nativos no Altiplano boliviano"; há a discórdia sobre a Primavera Árabe, segundo o testemunho pessoal de Moises Saman; há o grupo de mulheres, combatentes curdas, que lutam contra o "Estado Islâmico" (Newsha Tavakolian) ou os "véus sobre Alepo" de Franco Pagetti; há, por fim, o verão negro de 2017 – sinónimo de incêndios fatais para mais de cem portugueses – captado pela fotojornalista Patrícia de Melo Moreira.
Quinze anos de história é um mosaico de guerra e paz, triunfos e derrotas, desânimo e alegria. É um mosaico constituído pelo processo "Face Oculta", por José Sócrates, por Ricardo Salgado, pelos lesados do BES, pela derrota de Portugal na final do Europeu de Futebol de 2004, pelo golo de Éder doze anos depois, por Cristiano Ronaldo, pela morte de Eusébio, pelo "tetracampeonato" do Benfica, pelo ouro olímpico de Nelson Évora, pela chegada de Barack Obama à Casa Branca, por Donald Trump, pela crise na Venezuela, pela guerra do Líbano, pelo sismo no Haiti, pela devastação na Amazónia, pelas cheias na ilha da Madeira, pela eleição do Papa Francisco, pelo movimento "MeToo" ou pelo último concerto de Zé Pedro, guitarrista e fundador dos Xutos & Pontapés.
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