Uma queixa apresentada em tribunal coloca os herdeiros de Aristides de Sousa Mendes e apoiantes de Salazar em lados opostos. Quatro netos do cônsul de Bordéus, que em 1940 assinou milhares de vistos que permitiram o salvamento de judeus que fugiam do nazismo, pedem 150 mil euros de indemnização aos réus.
Os réus são João Brandão Ferreira, coronel reformado, a Texto Principal (a editora que detém o semanário O Diabo), Duarte Branquinho e Miguel Mattos Chaves (antigos diretores d´O Diabo) e o embaixador reformado Carlos Fernandes, conta o Diário de Notícias. Os quatro netos que avançaram com a queixa são António Pedro, Guy Gerard, Sheila Pierce e Aristides.
De acordo com a queixa, estão em causa várias referências públicas que questionam e diminuem a importância das ações de Aristides de Sousa Mendes, e que insinuam que os seus descendentes desviaram dinheiro público destinado à recuperação da Casa do Passal (a casa dos Sousa Mendes) em Cabanas de Viriato.
Os réus são acusados de, entre outros, difamação, ofensa à memória de pessoa falecida, e negacionismo do Holocausto. O que sustenta esta última alegação, é uma entrevista dada em 2013 por Carlos Fernandes. Disse que em 1940, "ninguém estava em perigo de vida". "Há uma debandada geral dos judeus austríacos na sua maioria pobres, que querem emigrar, porque passam a ser alemães juridicamente e não querem ficar sob o Hitler. Portugal tinha um acordo de vistos com Alemanha desde 1926, como os judeus austríacos passam a ser alemães e há uma debandada, os países da Europa quiseram pôr um termo a essa debandada e condicionaram os vistos a autorização", indica a entrevista, citada pelo Diário de Notícias.
Foi entre 16 e 23 de junho de 1940 que Sousa Mendes assinou milhares de vistos a judeus europeus que tentavam fugir do nazismo, através de Portugal (país considerado neutro). As pessoas tentavam de seguida chegar aos Estados Unidos.
Ao passar os vistos, Sousa Mendes violou a Circular 14, emitida em novembro de 1939 e que determinava a proibição de serem passados vistos sem autorização prévia a "judeus expulsos dos países da sua nacionalidade ou daqueles de onde proveem". Na altura, Salazar era chefe do governo e ministro dos Negócios Estrangeiros.
Aristides de Sousa Mendes foi despedido após ser alvo de um processo disciplinar e ficou sem reforma. Morreria na miséria, em 1954.
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Entre as acusações, encontra-se a de negacionismo do Holocausto.
Uma queixa apresentada em tribunal coloca os herdeiros de Aristides de Sousa Mendes e apoiantes de Salazar em lados opostos. Quatro netos do cônsul de Bordéus, que em 1940 assinou milhares de vistos que permitiram o salvamento de judeus que fugiam do nazismo, pedem 150 mil euros de indemnização aos réus.
Os réus são João Brandão Ferreira, coronel reformado, a Texto Principal (a editora que detém o semanário O Diabo), Duarte Branquinho e Miguel Mattos Chaves (antigos diretores d´O Diabo) e o embaixador reformado Carlos Fernandes, conta o Diário de Notícias. Os quatro netos que avançaram com a queixa são António Pedro, Guy Gerard, Sheila Pierce e Aristides.
De acordo com a queixa, estão em causa várias referências públicas que questionam e diminuem a importância das ações de Aristides de Sousa Mendes, e que insinuam que os seus descendentes desviaram dinheiro público destinado à recuperação da Casa do Passal (a casa dos Sousa Mendes) em Cabanas de Viriato.
Os réus são acusados de, entre outros, difamação, ofensa à memória de pessoa falecida, e negacionismo do Holocausto. O que sustenta esta última alegação, é uma entrevista dada em 2013 por Carlos Fernandes. Disse que em 1940, "ninguém estava em perigo de vida". "Há uma debandada geral dos judeus austríacos na sua maioria pobres, que querem emigrar, porque passam a ser alemães juridicamente e não querem ficar sob o Hitler. Portugal tinha um acordo de vistos com Alemanha desde 1926, como os judeus austríacos passam a ser alemães e há uma debandada, os países da Europa quiseram pôr um termo a essa debandada e condicionaram os vistos a autorização", indica a entrevista, citada pelo Diário de Notícias.
Foi entre 16 e 23 de junho de 1940 que Sousa Mendes assinou milhares de vistos a judeus europeus que tentavam fugir do nazismo, através de Portugal (país considerado neutro). As pessoas tentavam de seguida chegar aos Estados Unidos.
Ao passar os vistos, Sousa Mendes violou a Circular 14, emitida em novembro de 1939 e que determinava a proibição de serem passados vistos sem autorização prévia a "judeus expulsos dos países da sua nacionalidade ou daqueles de onde proveem". Na altura, Salazar era chefe do governo e ministro dos Negócios Estrangeiros.
Aristides de Sousa Mendes foi despedido após ser alvo de um processo disciplinar e ficou sem reforma. Morreria na miséria, em 1954.
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