Cair da mota de água conduzida por Garrett McNamara no momento em que estávamos precisamente por cima do canhão da Nazaré – o ponto à frente do farol onde se formam as famosas ondas de 30 metros – não fazia parte do programa, mas o lendário surfista de ondas gigantes não poderia adivinhar que a câmara GoPro que eu segurava na mão esquerda me iria atrapalhar na hora de voltar a subir para a mota, depois de uma sessão a rasgar ondas agarrado ao sled, que é como chamam à plataforma de recolha e salvamento de surfistas acoplada à traseira destes veículos como um reboque (na prática, uma prancha com pegas).
No regresso são e salvo à redação perguntaram-me se tive medo. A verdade, estampada na fotografia de cima, é que não. E não foi uma questão de bravura: nesse dia o mar estava calmo, as ondas não teriam mais de quatro ou cinco metros e o responsável pela minha segurança era uma das pessoas no mundo que melhor conhece aquelas águas. Nada poderia correr mal, nem mesmo cair da mota de água e ficar abandonado durante ameia dúzia de segundos que McNamara demorou a perceber que se tinha esquecido de alguma coisa: de mim.
Para poder adicionar esta notícia aos seus favoritos deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.