A prisão norueguesa que parece um campo de férias

A professora norte-americana Baz Dreisinger, visitou recentemente a prisão de Bastoy e escreveu um livro sobre o assunto – Incarceration Nations: A Journey to Justice in Prisons Around the World - do qual o Huffington Post publicou recentemente um excerto.

Ainda no ferry de ligação à ilha conheceu dois dos detidos que trabalham a bordo e foi de imediato confrontada com a pergunta: "Nós somos criminosos. Tem medo?". A resposta foi "não".

Cato, um desses presos explicou como funciona a detenção: "Trabalhamos das 6h até ao meio-dia. Depois voltamos para a prisão e descansamos ou fazemos exercício". À chegada à ilha, a primeira impressão de Dreisinger foi a de ter chegado a uma campo de férias: os prisioneiros deslocam-se em bicicletas ou numa carroça, as casas parecem saídas de um conto infantil e há vacas e ovelhas a pastar.

Um dos aspectos que constatou foi que, ao contrário da maioria das prisões, não se vêem "vedações, nem arame farpado". Trata-se de um sistema de prisão aberta, como acontece em 30% dos centros de detenção na Noruega. Os 115 detidos são vigiados por 70 funcionários e, como é considerada uma das melhores, até tem lista de espera.

A ilha é uma reserva natural e 25% da comida consumida é lá produzida. A agricultura é uma das principais actividades. Há supermercado, escola, biblioteca, estufa, um churrasco, onde os detidos podem fazer as suas refeições, cabines telefónicas com chamadas ilimitadas e até uma praia. As casas de madeira, totalmente equipadas com cozinha, quartos e alpendres, são partilhadas por dois homens.

Tom, o governador de Bastoy, defende o regime de prisão aberta e garante que se conseguem melhores resultados do que no outro sistema: "Tratem as pessoas como lixo e elas tornam-se lixo. Tratem-nas como seres humanos e eles vão agir como seres humanos."