Depois de três noites detido – numa cela “suja”, onde tomou “banho de sapatos” – e da morte da mulher, o polémico empresário está prestes a inaugurar um museu maior do que o espaço que alguma vez teve no CCB. Dívidas e custos? “Não quero falar de dinheiro, fico doente.”
Extinção da fundação pelo despacho do secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros, André Moz Caldas, assinado em 11 de julho de 2022, assentou em diversos vícios, apontou tribunal.
A providência cautelar foi interposta pelo empresário e pela Associação Coleção Berardo para suspender a decisão do Governo de extinguir a Fundação de Arte Moderna e Contemporânea - Coleção Berardo.
Opção aplica-se ao despacho do secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros, tendo o Estado já deduzido oposição.
Livros e documentos de prestação de contas da Fundação José Berardo devem ser entregues ao Governo.
Ação deu entrada no Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa.
Foram notificados os bancos credores e a própria entidade.
A descontração nesta foto é de um tempo em que o empresário usava drones para entregar prémios – agora, houve drones da PJ a vigiar os seus aliados, como o advogado André Luiz Gomes, e buscas a gabinetes de banqueiros, como Miguel Maya (BCP) e António Ramalho (Novo Banco), que foram mantidos sob escuta telefónica. Esta é a história de um processo e de um clã alvo da justiça.
O juiz Carlos Alexandre decidiu que Berardo tem de pagar 5 milhões em dez dias para aguardar o desenrolar do processo em liberdade.
Berardo partiu para a África do Sul com 18 anos - cinco dos quais de trabalho -, a quarta classe e sem a língua inglesa na 'bagagem'. Foi detido esta terça-feira por suspeita de burla e fraude fiscal.
Autoridades estão a "arrestar quadros e outras obras de arte" no museu situado no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, "como garantia das dívidas" do empresário.
O presidente executivo da CGD elencou os dez "tipos de ações" para ir atrás dos grandes devedores, mas não se referiu diretamente ao caso do arresto da coleção Berardo.
O arresto foi decretado na sequência de uma providência cautelar interposta pela Caixa Geral de Depósitos, o BCP e o Novo Banco, credores da coleção de arte moderna do empresário.
Uma proposta do PSD para inclusão no relatório da comissão de inquérito à CGD que existiu "coincidência temporal" entre os empréstimos a José Berardo e o acordo com o Governo para a exposição das obras foi aprovada.
Francisco Capelo, ex-sócio de José Berardo e impulsionador da sua coleção de arte, afirmou que a criação da Associação Coleção Berardo foi sua "exigência", dada "a natureza controversa" da Fundação do empresário.
Colecionador de arte disse que Fundação servia como "fachada para permitir a existência de uma entidade essencialmente criada para beneficiar dos privilégios fiscais".
