O frio ajuda a propagar o vírus, a nova variante precisa de menos tempo e de menor proximidade para se transmitir e no Natal usaram-se menos máscaras. Vamos demorar no mínimo sete semanas a voltar aos números que tínhamos. Oito especialistas explicam o que se passa e o que fizemos mal.

O especialista em saúde pública, Constantino Sakellarides, aponta que, mesmo sendo mais fácil a transmissão desta variante, a eficácia da vacina não será comprometida desde que a mutação não interfira com o antigénio que está na coroa do vírus.

Há sete semanas que a SÁBADO pede o acordo assinado com a farmacêutica e o estudo da Faculdade de Ciências que o Governo usou para decidir comprar 100 mil frascos desse medicamento

INSA quer conhecer o nível de imunidade à Covid-19 de Portugal. Inquérito realizado em junho revelou que quase 3% do país já tinha sido infetado pelo vírus. Número de casos confirmados era de pouco mais de 30 mil até então - agora é superior a 300 mil.

Carla Nunes diz que se tem verificado "uma evolução” na confiança que as pessoas têm relativamente à vacina contra o novo coronavírus.

"Quando chegarmos ao Natal os agregados vão encontrar-se uns com os outros, inevitavelmente haverá um aumento do número de contágios nas festas", afirmou Carmo Gomes.

Estudo aponta que só 25% dos portugueses cumpre o distanciamento de dois metros recomendada pelas autoridades de saúde e que 20% reconhece que nem sempre usa máscara. DGS avança que não é possível identificar a origem de 81,4% dos contágios.

As farmácias não são entidades prestadoras de cuidados de saúde nem têm acesso ao SINAVE, requisitos exigidos pelas autoridades de saúde para realizar os novos testes rápidos de antigénio.

Diretora-geral da Saúde defende que se deve apostar nos sintomas que têm maior probabilidade de estar relacionados com a doença.

Investigadores da Escola Nacional de Saúde Pública defendem que sintomas como obstrução ou corrimento nasal, dor de garganta e dores musculares devem ser valorizados e considerados suspeitos.

Presidente da República fala em "teste essencial" em Novembro para conter o alastramento da pandemia e evitar custos para "doentes Covid e não Covid".

Também não foi de casos não reportados de covid-19, diz relatório da Escola Nacional de Saúde Pública. Explicação "plausível": o desvio de recursos para tratar casos de covid-19 e o receio da pessoas em procurar cuidados de saúde.

Em 2018, Marta Temido foi a Évora dar uma formação a dirigentes da Gilead, a farmacêutica que acaba de ganhar um contrato de €35 milhões pelo remdesivir, que a OMS diz não ser eficaz contra a Covid-19. E ainda o caso da ex RP da Gilead que trabalha agora nos Serviços Farmacêuticos do Centro Hospitalar Lisboa Central.