
Termina hoje a greve dos professores
Marcado para as 14h, o protesto convocado pelo Stop pretende "assinalar a degradação das condições na escola pública" e reafirmar a luta dos docentes e não docentes.
Marcado para as 14h, o protesto convocado pelo Stop pretende "assinalar a degradação das condições na escola pública" e reafirmar a luta dos docentes e não docentes.
Com a direção a ser disputada por duas fações, a vida interna do sindicato caiu na rua e André Pestana, acusado de não prestar contas, já reconheceu que a situação é "grave".
Poucos professores aderiram à nova greve do STOP, indicam associações de diretores escolares. Filinto Lima (ANDAEP) acusa indiretamente Pestana de banalizar a greve, que decorrerá de guerra interna no STOP e MAS pela criação de novo partido político.
Cerca de 1,3 milhões de alunos começam hoje a primeira semana de aulas, mas alguns poderão encontrar os portões da escola fechados devido à greve de professores e funcionários.
"No final dessa semana de greve, no dia 22, sexta-feira, organizaremos uma manifestação nacional de todos os profissionais da educação, em Lisboa", disse o líder do STOP, André Pestana, numa conferência de imprensa, em Coimbra.
Há 946 horários anuais completos por preencher no concurso nacional lançado pelo Ministério da Educação. Destes, 376 são para técnicos especializados, como psicólogos, mas há 570 vagas para docentes sem nenhum interessado, sobretudo em Lisboa, Setúbal e Faro.
Saída de André Pestana desencadeou luta entre Renata Cambra e Gil Garcia, com acusações de "sequestro de passwords", "oportunismo" e "sectarismo". A disputa já chegou ao Tribunal Constitucional e pode pôr em causa a legalidade do MAS.
Em cima da mesa está uma proposta do Governo para corrigir assimetrias decorrentes do congelamento da carreira, através de um conjunto de medidas que permitem acelerar a progressão dos docentes que trabalharam durante os dois períodos de congelamento.
Após os primeiros cinco dias de greve segue-se um novo período de paralisações, entre 16 e 26 de maio, que coincide com as provas de educação física do 5.º ano e de tecnologias da informação e comunicação do 8.º ano.
A principal reivindicação é antiga, mas, desta vez, os professores parecem não aceitar outra resposta que não a recuperação integral do tempo de carreira que esteve congelado: seis anos, seis meses e 23 dias. Acampamento deve manter-se até 1 de maio.
Plataforma de nove estruturas sindicais de professores admite fazer greve caso o Ministério da Educação continue a recusar recuperar o tempo de serviço congelado.
Perante a instabilidade criada nas escolas e a incerteza da greve, sem fim à vista, o Ministério da Educação acabou por pedir que fossem decretados serviços mínimos, que foram fixados pelo tribunal arbitral.
Em cima da mesa estão a correção de assimetrias decorrentes do congelamento das carreiras e de desigualdades na redução de componente letiva dos professores em monodocência, a redução da burocracia nas escolas, e a regularização de vínculos de técnicos superiores e especializados.
"Estamos aqui a lutar contra a intransigência do ministro da Educação que tem ignorado as nossas reivindicações e aqui vamos continuar porque não queremos deixar de ter visibilidade", explica uma das professoras acampadas.
"Vamos a Lisboa dizer que só não há dinheiro para quem trabalha - há milhões para banqueiros, parcerias público-privadas, indemnizações chorudas e 'boys' partidários, mas não há dinheiros para serviços públicos", afirmou André Pestana.
Um ministro magoado, uma sindicalista de bata, as picardias entre os sindicatos e a pressão do Governo. Como é estar nas negociações dos professores?