Os trabalhadores da fábrica da Volkswagen (VW) da Autoeuropa, preparam hoje a greve marcada para quarta-feira contra a alteração dos horários de trabalho
Trabalhadores da Autoeuropa preparam-se para a greve
Os trabalhadores da fábrica da Volkswagen (VW) da Autoeuropa, em Palmela (Setúbal), participam hoje num plenário para preparar a greve de quarta-feira contra as propostas de alteração dos horários.
A greve foi marcada para contestar as propostas da administração, segundo Eduardo Florindo, do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Ambiente do Sul (SiteSul).
Em causa está a alteração de horário, nomeadamente a obrigatoriedade de trabalhar aos sábados durante dois anos, "fora os domingos e os feriados que ninguém fala, pelo que na prática os trabalhadores passam o tempo todo na fábrica a trabalhar", refere.
O plenário de hoje vai servir para "esclarecer as dúvidas dos trabalhadores que houver sobre os horários e preparar a greve do dia 30", acrescentou.
Eduardo Florindo admitiu que se a empresa não alterar a sua posição poderá ser marcada, "mais para a frente", uma outra reunião de trabalhadores para "discutir outras formas de luta se for necessário".
O sindicalista indicou não acreditar que questões laborais transfiram a produção do novo modelo T-ROC para outro local.
Em entrevista ao Jornal de Negócios, o director-geral da Autoeuropa, Miguel Sanches, admitiu que a deslocalização de parte da produção é "um cenário que pode estar em cima da mesa, mas tanto a administração, como a equipa da Autoeuropa irão fazer todo o possível para evitar esse cenário e manter toda a produção do carro em Portugal".
No final de Julho, a Comissão de Trabalhadores da Autoeuropa decidiu convocar uma greve a todos turnos para 30 de Agosto, depois de a empresa ter anunciado que era preciso adoptar novos horários para assegurar a produção de 200 mil unidades do novo modelo T-Roc na fábrica de Palmela, quase triplicando a produção atingida em 2016.
Esta situação levou a empresa a decidir a abertura de um sexto dia de produção e a contratação de cerca de 2.000 colaboradores, dos quais 750 são para implementar um sexto dia semanal de operação.
A CT e a administração chegaram então a um pré-acordo para os novos horários e turnos, que incluía uma compensação financeira de 175 euros acima do valor previsto na legislação. No entanto, esta proposta foi rejeitada pelos trabalhadores da empresa, tendo contado apenas com 23,4% de votos favoráveis num universo de 3.472 votantes, o que motivou a demissão da CT.
Na quinta-feira, o Sindicato das Indústrias Metalúrgicas e Afins (SIMA) informou que se juntar à greve.
Descubra as Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui ,
para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana. Boas leituras!
Para poder adicionar esta notícia aos seus favoritos deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.