Para poder adicionar esta notícia deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da SÁBADO, efectue o seu registo gratuito.
Sérgio SodréHá 2 semanas
Marcelo é imprevisível, indisciplinado e imparável. E para quem trabalha com ele pode ser um desafio. Ou uma canseira. A hérnia umbilical, o médico e Rita Amaral Cabral travaram-no.
Já toda a gente sabe que o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa gosta de tomar banho de mar, de Verão ou de Inverno, junto a Cascais, onde mora, ou onde estiver, mesmo em funções – já houve banho presidencial em Angola, por exemplo, e nos Açores. Mas o velho hábito tem um custo para os seguranças que o acompanham: há sempre um que tem de fazer o sacrifício e, para garantir o bem-estar da mais alta figura do Estado, entrar também na água. Sendo Marcelo um órgão de soberania – o único unipessoal – tem de estar seguro, mesmo dentro de água, se por acaso tiver uma presidencial indisposição. Isto obrigou a que todos os agentes que fazem parte do seu corpo de segurança pessoal tenham feito formação específica, à vez, no Instituto de Socorros a Náufragos. Como já foram todos, agora pelo menos já não calha sempre ao mesmo ter de se enfiar na água gelada, mantendo alguma distância para não ser ostensivo.
Este é apenas um dos novos desafios colocados por um Presidente muito fora do formato habitual: indisciplinado, próximo de com quem ele se cruza na rua, amante do improviso, da conversa, das declarações a toda a hora, mais especialista do que os seus assessores em muitas matérias, e teimoso em manter a sua vida do dia-a-dia, em ir ao supermercado ou em ficar na fila para comprar take-away em Cascais. É um Presidente em forma de desafio.
Nem todos aguentam. Na segurança e nas comunicações tem havido uma rotação elevada: as contrapartidas por acompanhar o Presidente não são extraordinárias e os agentes acabam por não ter vida. A transição de Cavaco Silva, com quem vários trabalharam, para Marcelo, foi difícil. Agora já "encolhem os ombros", garante quem os conhece, e os vê mais conformados com as liberdades tomadas pelo Presidente. Continuam a chegar mais cedo aos locais onde vai Marcelo, é das regras, mas já não criam nenhum cordão de segurança à sua volta, com distâncias garantidas: sabem que não vale a pena.
Em Setembro, na festa das Feiras Novas, em Ponte de Lima, Marcelo foi ao dia mais forte, do cortejo, com milhares de pessoas nas ruas. Tinha sido estudado, e preparado, o caminho mais curto e seguro para chegar ao local onde ia depois falar. Marcelo chegou, avaliou o local, percebeu por onde o queriam levar e escolheu o caminho mais longo possível, mergulhando na multidão em festa e com os seguranças aflitos. "Se houver aqui uma tragédia qualquer, e basta um maluco, não há nada a fazer", pensou quem via.
Como se adaptou Belém a um Presidente que, em comparação com todos os anteriores, é hiperactivo? Leia o resto na SÁBADO Nº 719, nas bancas dia 8.
Marketing Automation certified by E-GOI
Copyright © 2019. Todos os direitos reservados. É expressamente proibida a reprodução na totalidade ou em parte, em qualquer tipo de suporte, sem prévia permissão por escrito da Cofina Media S.A.
Consulte a Política de Privacidade Cofina.