O líder parlamentar do PS, Carlos César, defende que, na solução encontrada para o descongelamento das carreiras, o Governo "foi um pouco sindicato" dos professores que "têm sido muito prejudicados pelo radicalismo sindical".
Em entrevista à agência Lusa a propósito das negociações para o Orçamento do Estado para 2019 (OE2019), questionado se, para o PS, o descongelamento das carreiras dos professores era um assunto resolvido depois de o Governo ter avançado unilateralmente para uma solução, Carlos César disse que era necessário fazer justiça.
"Eu acho que o Governo foi um pouco sindicato, também, dos professores", afirmou.
Para o líder parlamentar do PS a solução do executivo foi "um ganho obtido mercê da convicção do Governo de que era preciso fazer justiça".
Justiça feita, acrescentou, "no máximo das possibilidades e daquilo que não ponha em causa a sustentabilidade orçamental".
"Porque se fosse pelos sindicatos, estava-se mesmo a ver, ou era tudo ou não queriam nada para que houvesse radicalismo e insatisfação", criticou.
Na opinião de Carlos César, "para os portugueses em geral, e para os professores também, ficou muito evidenciado que uma forma de radical e irredutível de defesa de interesses profissionais nunca resulta em lado algum", porque que os docentes "têm sido muito prejudicados por esse radicalismo sindical".
"Foi importante que o Governo, apesar desse radicalismo, não adoptasse uma estratégia de 'ou tudo ou nada' como os sindicatos e, por isso, os dois anos, nove meses e 18 dias que serão recuperados das carreiras dos professores representam um esforço muito significativo, um esforço de centenas de milhões de euros de acréscimo na despesa de pessoal e que darão um aumento médio de 4% no salário dos professores pelo menos até 2022", sublinhou.
Este descongelamento, precisou o socialista, "gera um aumento indirecto da remuneração" e "implicará que mais de 45 mil professores subam de escalão".
Na sexta-feira, no final de uma reunião de negociação, o ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, anunciou que o Governo tinha decidido avançar unilateralmente, sem acordo dos sindicatos, com a devolução de apenas dois anos, nove meses e 18 dias dos mais de nove anos de tempo de serviço congelados, a partir de 1 de Janeiro de 2019, algo que os sindicatos já garantiram que não vão aceitar.
Surpreendidos com o anúncio, os sindicatos decidiram nesse dia que iriam pedir negociação suplementar ao Ministério e solicitar aos partidos que peçam a apreciação parlamentar do decreto-lei no momento em que este for aprovado, para "introduzir as alterações necessárias para torná-lo compaginável com a lei do Orçamento do Estado para 2018".
Segundo os sindicatos, o Orçamento do Estado para 2018 prevê a recuperação integral do tempo de serviço congelado.
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