Ministro das Infraestruturas considera que encurtar o tempo da viagem de comboio entre aquelas duas cidades permitiria organizar a "economia de forma completamente diferente".
"Precisávamos de Lisboa/Porto numa hora e um quarto" de comboio, diz Pedro Nuno Santos
O ministro das Infraestruturas defendeu, esta quinta-feira, que o País precisava de uma ligação ferroviária que permitisse fazer a viagem Lisboa/Porto "numa hora e um quarto" e também uma ligação a Espanha "a velocidade mais alta".
PEdro Nuno SantosMANUEL DE ALMEIDA/LUSA
"Em toda a nossa malha ferroviária, incluindo a ligação a Espanha, verdadeiramente o que nós precisamos, (...) há muito tempo, é de ter uma distância entre o Porto e Lisboa muito mais curta em tempo", disse Pedro Nuno Santos, que falava no encontro "Os Desafios da Indústria Ferroviária Nacional", em Lisboa.
Questionado sobre se o Governo tem planos para retomar o projeto do comboio de alta velocidade (TGV), o governante preferiu falar sobre "distância em tempo".
"Precisávamos de Lisboa/Porto numa hora e um quarto. (...) Não falemos de siglas, falemos de tempo", considerou.
Na opinião do ministro, encurtar o tempo da viagem de comboio entre aquelas duas cidades permitiria organizar a "economia de forma completamente diferente".
Para Pedro Nuno Santos, o projeto do TGV é um debate que "tem de ser feito" e não constitui um "assunto tabu" para o Governo.
"Este debate tem de ser feito (...) sem nos saltar a tampa e começarmos a sonhar em linhas TGV por todo o lado", advertiu o ministro, caso contrário, disse, Portugal corre o risco de ser "em poucos anos, o único país da União Europeia" fora daquilo a que chamou de rede de "velocidade boa".
Em agosto, numa entrevista emitida no Canal 11, da Federação Portuguesa de Futebol, quando questionado sobre se uma eventual candidatura ibérica à organização do Mundial de Futebol de 2030 implicaria infraestruturas como uma ligação de TGV entre Lisboa e Madrid, o primeiro-ministro, António Costa, respondeu que o tema "é bastante tóxico em Portugal e a seu tempo é uma discussão que voltará".
O primeiro-ministro disse ainda ter "quase a certeza" de que a questão voltaria à ordem do dia, "não numa discussão sobre a ligação entre Lisboa e Madrid, mas sobre a inserção de Portugal no conjunto da rede de alta velocidade na Península Ibérica".
António Costa defendeu, no entanto, que ainda não é altura de o tema do TGV voltar à atualidade política: "Não está manifestamente maduro, nem há condições económicas nem condições financeiras no próximo quadro comunitário para que esse tema surja. Daqui a sete anos, eventualmente, é um tema que poderá voltar a surgir", afirmou António Costa.
"Vamos ter um quadro institucional mais robusto para que daqui a sete anos possamos ter essa discussão [do TGV] com calma e serenidade, já estudada", disse António Costa.
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