Manual da praxe no Porto trata alunos por seres "irracionais"

O "manual de caloiro" que está a ser distribuído na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (UP) este semestre tem sido causa de polémica.

As praxes foram proibidas na Faculdade há sete anos e o director do estabelecimento chegou a chamar a PSP às instalações da faculdade para expulsar membros de comissões de praxe, que foram interditas dentro dos estabelecimentos da mesma.

O reitor da Universidade , Sebastião Feyo de Azevedo, apelou ao "bom senso", "tolerância" e "contenção" dos estudantes na praxe, advertindo que "ninguém" pode ser prejudicado na sua vida académica por recusar participar nessas actividades.

Segundo o Jornal de Notícias, no caderno distribuído aos alunos de primeiro ano que aceitam ser praxados pelos alunos mais velhos pode ler-se: "O caloiro não é um ser racional", "assexuado", "não goza de qualquer direito", deve ser "incondicionalmente servil, obediente e resignado" e ser "sempre moderado no uso da palavra (zurra, grunhe, bale e relincha só quando lhe é dada permissão)".

O reitor da UPorto sublinhou também que nenhum estudante poderia ser obrigado a participar em atividades que considere "inadequadas" ou "impróprias". "Não pode haver excessos do tipo de que se fala e do que nós vamos vendo que vai ocorrendo e que não podem ocorrer. Estas actividades não deverão dentro das instalações universitárias", avisou, sublinhando que "ninguém é obrigado a participar em actividades que considerem inadequadas ou impróprias.

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