
O herói nacional do ano
António Guterres
Apesar dos dotes profusamente demonstrados por Marcelo Rebelo na arte da fotografia, António Guterres acabou ironicamente por ganhar-lhe no photo finish. Se Marcelo encantou os portugueses distribuindo selfies e carinho em doses industriais, Guterres seduziu o mundo com uma capacidade quase pornográfica para fazer longos discursos em que o inglês, o espanhol e o francês se fundem num cocktail explosivo. Tão explosivo que chegou para o eleger secretário-geral da ONU.
O anti-herói internacional do ano
Donald Trump
No espaço de um ano, Donald "grab them by the pussy" Trump saltou das secções de gossip dos jornais para os sofás da sala oval, que em breve poderão readquirir a utilidade e o estatuto nuclear que já tiveram, por exemplo, nos tempos de John "speedy" kennedy ou de Bill "oral" Clinton. A eleição de Trump é, provavelmente, uma calamidade para os EUA e para a humanidade. Mas pelo menos a West Wing passará a ser bem mais divertida.
O Messias desportivo do ano
Cristiano Ronaldo, claro. Claro que não, queria dizer. Ronaldo é bom a fazer os adversários ajoelhar, mas quem decide a sua exportação para o inferno é Fernando Santos. Homem de fé e pastor iluminado, fez acreditar um rebanho de ovelhas ateias que o céu se situava em Paris. E situava mesmo. Campeões da Europa, caramba. Eu, que também sou ateu, estava lá nessa noite, em Paris. E, posso jurar, senti-me tocado pelo Senhor.
O já te calavas do ano
Jorge Jesus
Contratiado por lo Sporting el anio passado, armiou-se em bueno e humillió el entrenadior del Bienfica, Rui Vitiória. Por causa de eso, el Bienfica uniu-se e ganhou o campeonato. Este anio las cosas estan indo mui mal. Ah e tal, diz ele: "Isto de perder encuentros a los oitchentcha y oitcho miniutos não dá jeito nenhum…" Se a categoria de Jorge Jesus enquanto treinador estivesse ao nível da dimensão das suas goelas, o Sporting seria campeão até ao fim dos tempos. Como manifestamente não está, talvez fosse oportuno que alguém lhe dissesse para, sei lá, por exemplo, se calar. Em espanhol, que o português dele não parece especialmente espectacular.
O agarrem-me senão eu parto-lhe a boca do ano
João Soares
Incomodado com o facto de a sua escolha para ministro da Cultura ter provocado ondas de choque e pavor, o sobrevivente da Jamba decidiu ameaçar o crítico do Público Augusto M. Seabra com uns valentes bananos. Pelo caminho, também prometeu uns amassos a Vasco Pulido Valente. Costa mostrou-lhe o caminho da saída. E a nação constatou que João Soares é um político como tantos outros: nunca chegou a cumprir as promessas – e agora nem tem a desculpa de não possuir tempo livre.
O sempre em pé do ano
Fernando Rocha Andrade
O secretário de Estado dos Assuntos Fiscais desejava muito assistir a uns jogos da selecção nacional em França. Mesmo ali à mão tinha uns bilhetes oferecidos pela Galp, empresa com quem o Estado português tem um litígio fiscal de alguns biliões de tostões. Mas a cavalo dado não se olha o dente, não é? E lá foi ele, de cachecol apertado e carteira desafogada, para as bancadas do Stade de France. Compreende-se. O que custa mais a compreender é que, depois de o seu pecadilho ter sido revelado, Costa o tenha mantido no Governo. Soares ameaça uns miminhos a dois colunistas e é corrido. Rocha Andrade esmurra furiosamente todos os preceitos éticos que deviam enquadrar o exercício de um cargo governamental e é premiado. Está certo.
O estás tão lixado do ano
Pedro Passos Coelho
Eles mexem-se. Eles agitam-se. Eles conspiram. E agora também falam. "Eles" são os coveiros anunciados do líder do PSD. Rui Rio é o rosto mais visível, mas há mais - em breve surgirão das trevas. E a culpa é toda, mas toda mesmo, de Passos, que parece mais preocupado em colocar diariamente na lapela o pin com a bandeira nacional que um dia Miguel Relvas lhe ofereceu, do que em fazer oposição ao Governo.
O a vida é bela do ano
António Costa
Não é preciso dizer porquê, pois não?
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