O ano lectivo está a terminar. Os estágios estão a chegar ao fim. Até Setembro, cerca de 3000 novosEnfermeiros deixarão as escolas para entrar no mercado de trabalho. Resta saber qual. A Ordem tem recebido vários pedidos internacionais de recrutamento deEnfermeiros portugueses. Holanda, Alemanha e Espanha estão na linha da frente, à espera de contratar o profissionalismo e a excelência que caracteriza osEnfermeiros formados em Portugal.
Para quem não entendeu, eu tento ser ainda mais clara: os países europeus estão de rede estendida sobre os novosEnfermeiros portugueses. Querem levá-los, pagam-lhes o triplo do que recebem em Portugal, prometem-lhes uma carreira, formação e segurança. Tudo aquilo que que por cá, mesmo depois de tudo o que vivemos, o nosso Estado teima em não ser capaz de garantir.
O problema não é de hoje. Nos últimos quatro anos não me cansei de avisar. Temos cerca de 20 mil enfermeiros emigrados numa altura em que precisamos deles como nunca. Todos os dias chegam-nos pedidos de hospitais portugueses. Não há mais. As nossas bolsas de recrutamento estão esgotadas. O desemprego deEnfermeiros está próximo de zero neste momento. As necessidades crescem de dia para dia e a concorrência é cada vez mais forte.