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Obama acusa Trump de aprofundar divisão na sociedade norte-americana com a pressa de “identificar o inimigo” no assassinato de Charlie Kirk

A Casa Branca já reagiu e replicou as críticas considerando o ex-presidente “o arquiteto da divisão política moderna na América”.

O ex-presidente norte-americano Barack Obama abordou na terça-feira o assassinato do ativista e afirmou que o país está “num ponto de mudança”, apesar de considerar que a violência política “não é nova”.  

Obama critica Trump por divisões na sociedade americana
Obama critica Trump por divisões na sociedade americana AP Photo/Erin Hooley, File

O democrata discursou na Jefferson Educational Society, uma organização sem fins lucrativos em Erie, Pensilvânia, e focou-se bastante nas questões relacionadas com a violência política nos Estados Unidos, recordado alguns dos ataques fatais vividos este ano tanto contra Charlie Kirk como contra a deputada Melissa Hortman. Obama considerou ambos os incidentes “uma tragédia” e acusou o atual presidente de dividir ainda mais a sociedade em vez de trabalhar para a união. 

Sobre as respostas ao assassinato de Charlie Kirk, Obama alertou para a incitação à violência, que pode servir para aprofundar as divisões políticas e culturais “vinda da Casa Branca e de algumas outras posições de autoridade”. Para o ex-presidente o mais preocupante é que “mesmo antes de conseguirmos determinar quem foi o autor deste ato maligno” é apresentada a narrativa de que vai ser “identificado um inimigo”.  

Depois da morte do ativista de extrema-direita, Donald Trump rapidamente culpou a “esquerda radical” por fomentar um ambiente político perigoso que levou à morte de Charlie Kirk. 

Obama considerou até que a violência política “é uma maldição para o que significa ser um país democrático”. “A premissa central do nosso sistema democrático é que temos de ser capazes de discordar e ter debates sem recorrer à violência”, afirmou o ex-presidente. 

No discurso Obama recordou também quando, durante a sua presidência, nove pessoas negras foram assassinadas numa igreja de Charleston, na Carolina do Sul, ou a posição de George W. Bush depois dos ataques terroristas de 11 de Setembro onde ambos os presidentes reforçaram “constantemente os laços que nos unem”. Ao contrário de Trump, e as pessoas mais próximas de si, que chamaram os seus oponentes políticos de “vermes, inimigos”, o que Obama considera que se revela “um problema mais amplo”.  

A Casa Branca já reagiu e replicou as críticas considerando o ex-presidente “o arquiteto da divisão política moderna na América”: “Obama aproveitou todas as oportunidades para semear a divisão e colocar os americanos uns contra os outros, e após a sua presidência, mais americanos sentiram que Obama dividiu mais o país do que o uniu”, referiu a porta-voz Abigail Jackson em comunicado.  

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