A extrema-direita foi o terceiro partido mais votado na Alemanha e, pela primeira vez desde o Partido Nazi de Adolf Hitler, chegou ao Bundestag. Para a líder do Alternativa para a Alemanha (AfD), Frauke Petry, este resultado foi um "incomparável terramoto político" e Alexander Gauland, um dos cabeças de lista do partido, já garantiu, no seu discurso pós-projecções, fazer marcação a Angela Merkel no Parlamento alemão. A chanceler alemã já se mostrou disponível para ouvir "as preocupações dos nacionalistas" no Parlamento.
"O AfD não é o Partido Nazi"
Foi o argumento anti-Islão que convenceu Bernhard Pühringer*, 27 anos, jovem de classe média-alta residente em Hamburgo, a votar no AfD. "O AfD não é o Partido Nazi. Eles não querem exterminar judeus. O que está em causa é uma crise de refugiados que precisa de ser controlada - e o AfD é o único partido que aborda o problema com a urgência que merece", disse Pühringer, frisando que as críticas ao partido de Alexander Gauland são "exageradas".
Tal como explicou à SÁBADO, o jovem votou no AfD para "ver se as coisas abanam". "Quero mudança e estou farto da mesma história que os partidos grandes nos dão - e o AfD é o único partido de direita que ouviu as nossas frustrações", disse. Pühringer garante à SÁBADO que "não é xenófobo ou contra o casamento homossexual", e frisou que o seu voto pela AfD foi, "acima de tudo", por estar "desapontado com a CDU".
É no Reichstag que "vamos ver o quão perigosa é a extrema-direita"
As expectativas de Marc Wojta, 23 anos, residente em Estugarda, para estas eleições estavam certas. "A CDU e a SPD vão perder muitos votos para o AfD por causa da crise de refugiados e pelo ódio às elites politicas da Alemanha", disse o jovem à SÁBADO, uma hora antes das projecções serem anunciadas.
O próprio admite que também partilha o "desdém pelos políticos dos grandes partidos", acrescentando que foi esse o sentimento que o levou a votar no Partido Democrático Liberal (FDP) pela primeira vez. "Deixei de votar no SPD para votar no FDP. Apesar de não estar de acordo com 100% do que os liberais dizem, acredito que é importante termos diversidade no Parlamento que obrigue os grandes partidos a inovarem", disse.
E a extrema-direita merece estar representada, tal como o FDP? "Não sei", respondeu. O jovem diz "compreender o medo que o enorme fluxo migratório causa", mas também diz que o AfD é "um partido que joga com o medo e com o racismo" para ganhar votos. "Agora é que vamos ver o quão perigosa é a extrema-direita. Pode ser que ganhem terreno e mais eleitores com o populismo, mas acredito que a exposição que o Parlamento lhes vai dar será letal. Toda a gente vai ver o quão perigosas são as ideias daquele partido de extrema-direita", conclui.
* - nome fictício
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