O projeto de construção de um resort de luxo com 467 apartamentos que o grupo Vila Galé tinha previsto construir no Brasil, em Bahia, foi suspenso até que seja esclarecida a demarcação do povo indígena que habita o local.
Em resposta ao expresso, a rede hoteleira afirma que "não há qualquer obra iniciada" e que a interrupção das atividades foi decidida em abril deste ano. "Este é um processo que ainda se encontra em curso e não houve até à data qualquer pronunciamento das entidades competentes sobre a questão, que carece de portaria do ministro da Justiça e de homologação por decreto presidencial."
A demarcação dos Tupinambá de Olivença, que lutam há pelo menos 15 anos pelo território, está dependente de uma assinatura de Sergio Moro para concluir o processo que está parado desde 2016. Até esta semana. O gabinete do ministro brasileiro enviou esta semana um despacho, datado de 11 de novembro, no qual indica, segundo o Expresso, que "a atual gestão da diretoria avalia os trâmitos necessário para dar efetividade" ao processo.
Em julho deste ano, o Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur) enviou um pedido à Fundação Nacional do Índio do Brasil (Funai) para que esta fechasse o processo de demarcação da área de 470 quilómetros quadrados pertencente ao povo indígena.
Em comunicado após a polémica, o grupo Vila Galé indicou que "não existe no local qualquer tipo de ocupação de pessoas e bens ou sequer vestígio da mesma num horizonte temporal muito alargado", justificando legitimidade para a construção do Vila Galé Costa do Cacau, com inauguração agendada para 2021 e um custo avaliado em 150 milhões de reais – cerca de 34 milhões de euros.
O projeto fazia parte do Projeto Revive criado pelo governo de Jair Bolsonaro, que concede a gestão de mais de 200 pontos turísticos brasileiros ao setor privado. A rede hoteleira, que anunciava já a construção do empreendimento ainda antes de uma decisão do Supremo Tribunal Federal brasileiro, descrevia o investimento como um "resort all inclusive", localizado a "uma hora de Ilhéus", no estado brasileiro de Bahia, e, segundo o The Intercept, já teria, inclusive, ido ao local fazer a marcação de onde deseja construir o hotel de luxo.
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