O tailandês Apichatpong Weerasethakul e o português Joaquim Sapinho - ambos cineastas - conceberam uma instalação artística especificamente para o Museu da Electricidade - um espaço actualmente também conhecido como "aquele edifício do MAAT que não é o novo". Liquid Skin inaugurou no dia 9 e vai poder ser visto até Abril de 2017.

A apresentação desta instalação surge no prolongamento do que foi uma semana dedicada a Apichatpong Weerasethakul - entre 27 de Outubro e dia 2 esteve em Lisboa a apresentar os seus filmes (e outros por si escolhidos) no Cinema Ideal e, pelo meio, a 29 e 30, mostrou no São Luiz Fever Room, aquele que provavelmente será um dos espectáculos de 2016 (é aguardar pelas sentenças dos críticos nas habituais listas de fim de ano).

Liquid Skin é uma instalação artística composta por "duas peças narrativas sobre o desaparecimento da luz", explicou o tailandês ao GPS. Uma peça é da autoria dele, a outra de Joaquim Sapinho.

Ambas seguem o formato de projecção de imagens filmadas pelos próprios. A do português surge primeiro e é dedicada à memória e à morte do seu pai (que ele foi acompanhando e filmando no hospital). A de Weerasethakul dá dois passos em frente e acerca-se da morte em si e da "morte da luz".

"Eu e o Joaquim Sapinho somos obcecados por luz e pela memória. Penso que para ele é uma luz muito pessoal sobre o pai, a memória, a interacção com esta máquina [na cama do hospital]", conta. "A origem da força do cinema reside na luz eléctrica. Por isso quisemos montar esta instalação aqui, como uma viagem de um lugar pessoal, de memórias, em direcção a esta máquina e em direcção ao futuro."

Liquid Skin propõe uma progressão através da Sala das Caldeiras, mas os visitantes podem deambular à vontade pelo espaço e por entre as imagens.

Liquid Skin
MAAT, Central Tejo, Lisboa
Até 24/4 || 12h-20h || Fecha 3.ª
€5

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