A história incrível - e verídica - de Percy Fawcett, explorador britânico que desapareceu na Amazónia em 1925 sem deixar rasto, deu origem, em 2009, ao livro A Cidade Perdida de Z, um bestseller da autoria do jornalista David Grann. Como tantas vezes acontece, o livro deu, por sua vez, origem a um filme homónimo que estreou esta quinta-feira, 4 de Maio. Com realização de James Gray, o mesmo de Nós Controlamos a Noite (2007) e A Emigrante (2013), A Cidade Perdida de Z precisou de quase uma década para acontecer.
Charlie Hunnam (da série Sons of Anarchy) interpreta o explorador britânico que se aventurou pela Amazónia no início do século XX e descobriu vestígios de uma civilização antiga que ali terá existido. Quando regressa a Londres, Percy Fawcett é ridicularizado pelos seus pares da Royal Geographical Society, descrentes da possibilidade de existência na selva de uma civilização avançada (Percy Fawcett descreve-lhes objectos que sugerem uma sofisticação que os preconceitos racistas da época não permitem conceber).
Apesar de desacreditado pela comunidade científica, Percy Fawcett regressa vez atrás de vez à sua selva - acompanhado pelo seu assistente (Robert Pattinson) e sempre com o apoio da mulher (Sienna Miller) e do filho mais velho (Tom Holland) - para tentar encontrar a cidade de Z. A última tentativa acaba com o seu misterioso desaparecimento, em 1925, com instruções deixadas à mulher para que nenhuma missão de salvamento seja enviada caso isso suceda.
James Gray leu A Cidade Perdida de Z (no original: The Lost City of Z: A Tale of Deadly Obsession in the Amazon) em 2008, ainda antes de o livro chegar às livrarias norte-americanas.
Em 2010, já o argumento estava pronto e no mesmo ano o realizador fez a sua primeira viagem de repérage (o processo de preparação do filme, na pré-produção) ao Brasil, mas a produção do filme acabaria por se arrastar muito para lá do que o norte-americano antecipara. "Por um lado, é excelente ter um projecto que demora muito tempo a concretizar; por outro, é mau, porque nos tornamos pessoas diferentes com o passar dos anos", contou Gray em entrevista à publicação digital Film.
Isto, antes de explicar o que o levou a adaptar o livro ao cinema: "Não foi o querer fazer um filme de acção ou filmar na selva, mas uma pequena passagem do livro que fala sobre como o pai de Fawcett era alcoólico, de como esbanjou a fortuna da família e arruinou o nome." Foi a necessidade de Percy Fawcett de provar o seu valor e recuperar o nome de família que captou a atenção de Gray. "Senti que o compreendia e isso mexeu comigo. Foi assim que realmente tudo começou", conta.
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