A máquina fiscal recolhe informação como nunca. O investimento feito no sistema para combate à evasão fiscal tornou-o cego e a atropelar direitos dos contribuintes.
É num imponente edifício pombalino, construído no fim do século XVIII para ser o celeiro público do reino, que trabalham hoje os 200 peritos do Fisco que pertencem à Unidade de Grandes Contribuintes. A unidade segue as maiores empresas e os contribuintes mais ricos, que juntos valem mais de 20 mil milhões de euros em receita fiscal, quase metade do total arrecadado pelo Estado. Lá dentro, a tecnologia usada contrasta cada vez mais com a idade do edifício.
Na unidade são gerados vários alertas informáticos, com recurso a inteligência artificial, sobre a vida financeira daqueles contribuintes - e é ali que se trabalha parte da nova informação enviada desde o ano passado por outras jurisdições fiscais, sobre contas bancárias de portugueses no estrangeiro. A mera comunicação às pessoas de que o Fisco sabe que têm uma conta no exterior, que pode ou não ter sido declarada, chega para pôr várias a pagar. Só no espaço de uma tarde algumas chamadas telefónicas renderam recentemente 4 milhões de euros em impostos regularizados voluntariamente, sabe a SÁBADO.
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