Os processos cerebrais de decisão ao nível da alimentação são o principal objecto de estudo da equipa de uma equipa da Fundação Champalimaud, liderada pelo neurocientista Carlos Ribeiro. O investigador andava há muito intrigado com o motivo por que algumas moscas da fruta testadas em laboratório, mesmo com carências nutricionais, cheias de fome, nunca tinham vontade de comer proteínas. Porque seria?
Mas, para deslindar o mistério, os investigadores tiveram de desviar a atenção da cabeça dos insectos – surpreendentemente parecidos com o ser humano ao nível genético... – e concentrar o seu foco um pouco mais abaixo: no intestino dos bichinhos.
Foi aí que, há cerca de um ano, identificaram as duas bactérias responsáveis pela decisão das moscas da fruta sobre o que comer. A resposta estava mesmo no microbioma, o palavrão que designa a comunidade de microrganismos que vive no intestino dos animais, humanos incluídos – e que, nos últimos anos, tem surgido em artigos científicos, capas de livros e sugestões de dieta. Alguns já chamam "microbiomania" ao fenómeno.
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