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Sindicatos falam em 55% de adesão.
Por Correio da Manhã
A greve dos trabalhadores do setor das comunicações na Randstad, que este terça-feira termina, regista uma adesão entre 55% e 90% nos 'call centers', segundo os sindicatos, sem "afetar significativamente" as operações, de acordo com a empresa.
Em declarações à agência Lusa, o dirigente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Correios e Telecomunicações (SNTCT) Vítor Narciso indicou que "a adesão a esta greve subiu hoje em relação ao dia anterior [segunda-feira] e está em 55%", enquanto na segunda-feira rondava os 50%.
Já o Sindicato das Indústrias Elétricas do Sul e Ilhas (SIESI) falou numa participação superior, com a sindicalista Ana Romão a apontar que "a adesão continua na mesma ordem, em 90%".
"Claro que esta greve foi estendida a todos os trabalhadores da Randstad, embora nós tenhamos maior representatividade e incidência nos 'call centers' da EDP e em dois da NOS", precisou a responsável.
Os trabalhadores estão em greve entre os dias 24 de dezembro e 02 de janeiro nos 'call centers' da Randstad no país. A paralisação será, contudo, interrompida entre quarta-feira e sábado, sendo retomada no domingo, final de ano.
Vítor Narciso, do SNTCT, observou que "é muito positiva a adesão e a resposta dos trabalhadores a esta falta de resposta por parte da empresa para negociar contratos coletivos e para passar os trabalhadores para o quadro".
"Nós estamos em conversações com a empresa há dois anos. Há propostas e contrapropostas, mas não há vontade por parte da empresa", notou.
Acresce que, segundo o dirigente, "a greve tem a ver também com a obrigatoriedade de os trabalhadores trabalharam na véspera, no dia de Natal, no dia de ano novo e no dia a seguir, sem qualquer tipo de escala".
Já Ana Romão, do SIESI, referiu que a greve foi convocada "sobretudo por causa dos aumentos salariais".
"A empresa [Randstad] continua a declarar lucros -- até setembro ou outubro deste ano declararam cerca de 586 milhões de euros -- e embora tenha esses milhões de lucros, para os trabalhadores continua sem fazer qualquer distribuição salarial", criticou a sindicalista, destacando que "a esmagadora maioria dos trabalhadores auferem o salário mínimo".
Contactada pela Lusa, a Randstad indicou, em reposta escrita, que "a paralisação não tem afetado significativamente a operação dos 'contact centres' abrangidos, estando os serviços assegurados".
"A Randstad reforça, uma vez mais, que respeita o direito à greve e sublinha que tem vindo a dedicar a devida atenção às reivindicações dos colaboradores, num ambiente de abertura ao diálogo e negociação", adiantou a empresa.
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