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Presidente é o expoente máximo da ambição no FC Porto
Por Record
"Queremos continuar a perder de vez em quando e não passar a ganhar de vez em quando." A frase foi lançada por Pinto da Costa em 2014, quando realizou uma aposta em Julen Lopetegui que visava produzir efeitos no regresso ao sucesso desportivo, na altura interrompido pelo ano de Paulo Fonseca e Luís Castro, mas também dar margem à viabilidade financeira através da propensão do espanhol para potenciar jovens talentos. A promoção posterior do técnico a comando de 'La Roja' validou parte da visão do presidente dos dragões, mas não deixou consolo pelo facto de essa aposta ter sido instrumental no maior segmento da inédita travessia do deserto que o FC Porto atravessa no que toca à conquista de títulos. Perante este caminho de pedras, a interrogação é legítima: o que ainda faz correr Pinto da Costa? Quem priva com ele não tem dúvidas: o presidente ainda é o expoente máximo da ambição dentro do FC Porto. Ante a ausência de resultados há sempre quem acredite que algumas decisões podem ser diferentes, mas a vontade de ganhar continuar intacta e foi nesse sentido que a escolha de Sérgio Conceição se materializou contra ventos, marés e o contrato existente com o Nantes.Pinto da Costa pretende recuperar a hegemonia do futebol nacional. Entre 2002/03 e e 2012/13, conquistou nove campeonatos e só deixou duas abertas para o Benfica (2004/05 e 2009/10). De permeio, assegurou a Taça UEFA (2002/03), a Liga dos Campeões (2003/04), a Taça Intercontinental (2004) e a Liga Europa (2010/11). Os tempos mudaram, o Benfica percebeu que tinha de reforçar a sua estrutura e a sua influência, organizando-se e aproveitando as incertezas que emanaram da Invicta para assomar o topo. Enquanto o Sporting tomou um rumo que ainda não lhe rendeu o ansiado título máximo, mas que o tornou uma voz incómoda e que mobilizou a sua base social de apoio. Regresso às raízesA primeira incursão no regresso às raízes da cultura portista foi tentada com Nuno Espírito Santo. O criador do 'Somos Porto' realizou um trabalho nem sempre entendido pelos adeptos, sobretudo por lhe ter faltado alguma chama em momentos cruciais. A imagem de todo o grupo a protestar junto do árbitro João Pinheiro, após o polémico nulo onde ficou por marcar um penálti sobre Otávio, com o treinador e líder do balneário a caminhar em sentido contrário rumo à saída do relvado tem tudo para perdurar e minar a consistência de uma mensagem de revolta contra as probabilidades mais favoráveis para os rivais. Uma realidade que veio a comprovar-se quando a equipa teve oportunidades de saltar para a liderança do campeonato e pressionar o Benfica, em plena reta final da competição, mas ficou curta.Para inflamar o espírito guerreiro e ganhar uma postura mais afirmativa, arrastando a massa associativa através de uma empatia natural, nenhuma escolha poderia ser mais acertada que a de Sérgio Conceição. "Para ter um futebol espetáculo, objetivo, que joga sempre para ganhar, entendi que o Sérgio Conceição era o treinador ideal. E as pessoas esquecem-se que o Sérgio Conceição não apareceu aqui de pára-quedas. Foi uma luta difícil. Ele está a demonstrar duas coisas: primeiro, o seu grande amor ao FC Porto, porque abdicou de muita coisa para vir, e segundo, que a nossa escolha está correta", referiu Pinto da Costa já com a satisfação da liderança que poucas vezes experimentou nas quatro temporadas do seu descontentamento, juntando o útil ao agradável: "A equipa agora não tem nada a ver, é totalmente diferente. Joga com grande intensidade e alegria, e isso transmite-se ao público, que está diferente. O público andava triste e hoje anda alegre, não só pelas vitórias mas pela maneira como a equipa joga."O FC Porto termina o ano civil na liderança da tabela da 1.ª Liga, com o apuramento garantido para os oitavos-de-final da Liga dos Campeões e envolvido na Taça de Portugal e Taça CTT. Uma evolução notável, e ainda mais saborosa, porquanto as expectativas no início da época eram, provavelmente, as mais baixas do passado recente da era Pinto da Costa. A urgência de ganhar um impulso vencedor foi resolvida com sucesso, mas leva a missão até ao fim vai continuar a exigir o empenho máximo de toda a estrutura.
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